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Região discute reativação da ferrovia Minas-Bahia

Assembleia realiza reunião com representantes do Estado, prefeituras e empresas na Câmara de Salinas

Para debater os benefícios da reativação da Estrada de Ferro Bahia-Minas e a exploração do lítio para as regiões Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha/ Mucuri, a Comissão de Minas e Energia promove reunião em Salinas. A audiência pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais será nesta sexta-feira, às 10 horas, na Câmara Municipal da cidade norte-mineira.

O autor do requerimento pela reunião é o presidente da comissão, deputado Gil Pereira, do PSD. Ele vislumbra que essas regiões carentes do Estado poderão se tornar em breve um “Vale do Lítio e do Silício”, com o apoio do Governo de Minas e do Legislativo mineiro. Nesse sentido, considerou que a reativação da Bahia-Minas, com mudança na rota para atingir municípios ricos nesses minerais, será decisiva para a redenção dessas regiões. De acordo com ele, 80% das linhas terão o mesmo trajeto original e outros 20% farão o contorno das novas cidades que entrarão.

“Os municípios do Norte de Minas e do Jequitinhonha precisam de políticas públicas de estímulo, pois sofrem com a baixa industrialização, o fraco desempenho econômico e o baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)”, ressaltou. O deputado é autor do Projeto de Lei (PL) 1.992/20, que cria o Polo Minerário e Industrial do Lítio nos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri, e recebeu parecer favorável na Comissão de Minas e Energia. O lítio é considerado estratégico na transição para a economia de baixo carbono, necessária ao controle das mudanças climáticas.

CUSTO DE PRODUÇÃO – Gil Pereira lembra ainda que a volta da ferrovia vai baratear o custo da produção dos minerais, facilitando seu escoamento até os portos na Bahia. Ele ressalta ainda que a BYD, maior empresa do mundo em fabricação de carros elétricos, tem interesse no negócio, pois vai precisar de lítio para alimentar as baterias dos seus automóveis. E completou que é preciso acelerar todo o processo de reativação da linha férrea, o que inclui fazer os projetos de licenciamento nos municípios.

Integrarão o Polo do Lítio os seguintes municípios: Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Rubelita, Salinas, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni e Turmalina, no Nordeste do Estado. Estão previstos investimentos bilionários na região, especialmente em Itinga e Araçuaí. A empresa Sigma Lithium anunciou mais R$ 1 bilhão para triplicar sua produção de lítio 100% verde, que já gera mais de mil empregos diretos, além de ações de inclusão social.

“A iniciativa se soma ao lançamento mundial do projeto Lithium Valley Brazil, feito pelo Governo de Minas na bolsa Nasdaq, em Nova Iorque (EUA), marcando a entrada dos municípios do Nordeste e Norte do Estado no mapa global dessa estratégica cadeia produtiva”, afirmou Gil Pereira.

MODAL ALTERNATIVO – Uma vez reativada, a estrada de ferro Bahia-Minas também se tornará um modal alternativo de escoamento da produção do extremo sul da Bahia, a terceira região mais rica desse estado. Essa constatação é baseada em estudo da Fundação Dom Cabral, apresentado em audiência na Comissão Extraordinária PróFerrovias Mineiras, em 2022. Apesar de desativada em 1966, a ferrovia foi eternizada pela canção Ponta de Areia, de Milton Nascimento e Fernando Brant. Agora, o projeto da nova linha férrea foi apresentado após 57 anos da desativação.

Uma reunião na ALMG em 2023, tratou do escoamento da produção da Bahia e contou com a participação de representantes da Multimodal Caravelas (MTC). Eles e parlamentares discutiram a reconstrução de cerca de 500 km da Bahia-Minas. O trajeto fará a ligação entre Caravelas, no Sul da Bahia, e Araçuaí, no Jequitinhonha.

INVESTIMENTOS BILIONÁRIOS – Dos 500 km, estão situados em Minas 400 km da estrada de ferro, que vai passar pelas mesmas cidades que a antiga ferrovia, criada em 1881. As adaptações serão feitas conforme os atuais traçados e planos diretores municipais, segundo a MTC, que anunciou investimentos da ordem de R$ 12 bilhões. As obras terão início assim que concluídos os processos de licenciamento ambiental.

Presente à reunião, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Tadeu Martins Leite, do MDB, comprometeu-se a mediar e cobrar as providências do Executivo. Parlamentares lembraram que a reativação do modal ferroviário é também desdobramento do trabalho da Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras, que atuou na última legislatura, presidida pelo ex-deputado João Leite, do PSDB. Este afirmou que 80% do leito do trem está preservado e que, nesse sentido, apenas 20% do trajeto precisará passar pelo licenciamento ambiental. Para a reunião desta sexta, foram convidados, além de empresas e prefeituras citadas, representantes do Governo de Minas, da Cemig, do Ministério Público, entre outros.

Região discute reativação da ferrovia Minas-Bahia
A reativação da ferovia Bahia-Minas foi discutida em abril deste ano em Belo Horizonte e terá continuidade em Salinas

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