Cinco pessoas foram presas na manhã dessa sexta-feira (6) durante operação da Polícia Civil contra uma organização criminosa e lavagem de dinheiro, em Pirapora, no Norte de Minas. As prisões ocorreram durante a primeira fase da operação Ágio de Sangue. A ação terminou com a prisão preventiva de cinco suspeitos, cinco mandados de sequestro de bens efetuados e oito de busca e apreensão, sendo recuperado o montante aproximado de R$ 500 mil.
De acordo com o delegado Raphael Capita, as investigações iniciaram com o registro de ocorrência de um furto qualificado pelo abuso de confiança por parte do funcionário de uma grande rede de lojas de móveis e eletrônicos.
“Conforme investigamos, ele havia subtraído 50 celulares, dois tablets e dois notebooks. Seguindo com as apurações, constatamos que o suspeito foi compelido a realizar o furto para quitar dívida com um agiota, o que se tornou impossível em razão dos juros altíssimos”, revelou.
Subtraídos os aparelhos eletrônicos, os equipamentos foram entregues a um grupo de receptadores que os oferecia abaixo do preço de mercado e, após obter os valores, fazia com que retornassem ao grupo criminoso liderado pelo agiota.
Levantamentos da Polícia Civil revelam que o suspeito de agiotagem realizava a cobrança de valores com muita violência e grave ameaça. Na casa dele, os policiais apreenderam um bastão/taco.
“Em suas redes sociais, o investigado ostentava vida luxuosa, viagens para destinos turísticos paradisíacos, como Dubai e Chile, e bens de alto valor, como as motocicletas apreendidas na residência e sequestradas judicialmente”, informou o delegado.
O grupo de receptadores dos bens obtidos por extorsão como pagamento pelo empréstimo de alto juros – que eram revendidos posteriormente – também possuí muitos veículos na garagem e uma residência de alto padrão em fase de construção parcial. “Todos os elementos investigativos apontam que o suspeito de agiotagem e o grupo apresentavam padrão de vida incompatível com seus possíveis rendimentos lícitos”, observa Raphael Capita.
“Ao deflagrar a primeira fase da operação, a Polícia Civil reafirma seu compromisso com o combate aos crimes contra a economia popular, de associação criminosa, crimes patrimoniais violentos ou não, bem como lavagem de capitais”, atestou o delegado regional em Pirapora, Diego Cardoso Matos. A operação Ágio de Sangue contou com um contingente de 40 policiais civis, lotados em Pirapora, Buritizeiro, Várzea da Palma, Três Marias, Corinto e Curvelo.