[views count="1" print="0"]

Deputado apresenta alternativa à dívida de Minas

Aécio Neves é contra a proposta de federalização da Cemig, Copasa e Codemig

Um novo prazo de 50 anos para pagamento da dívida do Estado com a União, limite de 8% da Receita Corrente Líquida (RCL) de comprometimento com as parcelas mensais e a não federalização das principais estatais mineiras são as condições lançadas pelo deputado federal Aécio Neves, do PSDB, como alternativas para a negociação da dívida de Minas junto à União.

Ex-governador do Estado e responsável pelo maior ajuste das contas de Minas, por meio do conjunto de medidas que alcançaram o déficit zero em 2004, Aécio considera que a atual proposta em discussão em Brasília de federalização da Cemig, Copasa e da Codemig será um grave erro.

“Transferir um patrimônio dos mineiros para o governo federal, que mostra uma inaptidão, uma incapacidade crônica de gerir o seu patrimônio, não tem o menor sentido. As empresas estatais federais vão gerar um prejuízo hoje de R$ 4,5 bilhões. A Cemig e a Copasa, apesar das dificuldades, vem sendo, ao longo dos anos, geridas de forma profissional. A transferência para o governo federal significa que as nossas estatais vão deixar de ter uma gestão profissional para ter uma gestão política”, afirmou Aécio Neves, na sexta-feira.

O ex-governador é contrário à federalização e propõe novas bases para o acordo com a União, em que as estatais entrariam apenas como garantia do cumprimento do contrato. “O governo federal nunca geriu nenhuma empresa de saneamento. E o mais grave, quase um crime de lesa-pátria, é transferir a Codemig, detentora hoje do nióbio, com valorização enorme no mercado internacional. Isso é a demonstração cabal, definitiva, da incapacidade de gestão deste governo no Estado”, afirmou.

PRAZO ESTENDIDO – Pela nova proposta sugerida por Aécio Neves com o apoio do deputado federal Paulo Abi Ackel, o prazo de pagamento da dívida pode ser estendido dos atuais 30 para 50 anos, achatando a curva do fluxo de quitação. A correção das parcelas da dívida seria pelo IPCA+2% nos próximos 10 anos. A partir daí, o reajuste seria apenas pelo IPCA. A proposta atual é correção pelo IPCA+4%. O limite de comprometimento das parcelas também seria alterado de 8% da Receita Corrente Liquida para 13%.

“Esta proposta não atenderia apenas Minas Gerais, mas um conjunto de estados que se encontram também em graves dificuldades fiscais como por exemplo Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás. Esses estados já aderiram ao Regime de Recuperação Fiscal, mas buscam a sua flexibilização”, disse o parlamentar. Aécio Neves completou que levará sua proposta do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que hoje conduz as conversas com o presidente Lula, do PT.

Minas Gerais tem dívida de R$ 156,2 bilhões junto à União e desde 2017, suspendeu o pagamento das parcelas. A decisão do STF que interrompeu os pagamentos acaba no próximo mês. A estimativa é de que o montante devido alcance R$ 210 bilhões em nove anos.

DÉFICIT ZERO – Em 2003, primeiro ano do governo Aécio, Minas tinha R$ 5 bilhões em dívidas com fornecedores e um déficit orçamentário de R$ 2,3 bilhões. O primeiro passo de Aécio foi o de proibir gastos e, posteriormente, implementou uma estratégia para zerar o déficit. Medidas tomadas deram economia de R$ 1 bilhão ao governo de Minas. O número de secretarias foi reduzido de 21 para 15, resultando na extinção de 1.326 cargos de confiança; funcionários não efetivados foram dispensados; serviços terceirizados reduzidos; houve cortes de gratificações; foram reduzidas em 17% as despesas do Executivo com compras, combustíveis e serviços.

Os salários do governador, vice e secretários de Estado foram reduzidos. Além disso, houve corte de salários pagos duplicados. A adoção de leilões para compra de produtos e serviços resultou na redução de 23% nos preços. Depois de quatorze anos em dívida, o governo federal reconheceu o equilíbrio das contas do Estado à época e autorizou o governo de Minas a voltar a captar recursos no exterior em 2005. Em maio de 2008, o Banco Mundial aprovou financiamento de US$ 976 milhões para o Estado, dentro de sua nova estratégia de parceria com o Brasil.

Deputado apresenta alternativa à dívida de Minas
Aécio Neves é contra alternativa ao RRF e apresenta solução à dívida de Minas com a União

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Recomendadas a você

PEC de hospitais recebe aval de comissão
PEC de hospitais recebe aval de comissão
EM VOTAÇÃO conturbada, a Assembleia Legislativa aprovou ontem a proposta que facilita a privatização da Copasa
Aprovada PEC que facilita venda da Copasa
Privatização da Copasa pauta nova audiência da Comissão do Trabalho
Privatização da Copasa pauta nova audiência da Comissão do Trabalho
Unimontes defende valorização de servidores em encontro na ALMG
Unimontes defende valorização de servidores em encontro na ALMG
Projeto de Lei está pronto para para votação em plenário na AL
Projeto de Lei está pronto para para votação em plenário na AL
Projeto de Gil Pereira vira lei e avança no incentivo à solar
Projeto de Gil Pereira vira leie avança no incentivo à solar
Zema vem inaugurar Laboratório Cristália
Zema vem inaugurar Laboratório Cristália
Debatedores alertam para o alto risco da privatização
Debatedores alertam para o alto risco da privatização
Prefeito reafirma compromisso da cidade com o meio ambiente
Deputado exalta a importância do Cemig Agro
Assembleia vem debater combate à miséria
Estado autoriza início das obras de ponte na região
Governo entrega obra do Contorno Viário
Ampliação do Piso Mineiro para R$ 130,7 milhões anuais garante maior apoio a pessoas que mais precisam nos 853 municípios do estado 
Secretário executivo da Amams recebe medalha Matias Cardoso
Cimams inaugura sede própria de R$ 4 milhões
Encontro celebra o poder de transformação da nova geração 
Nova diretoria da Faemg toma posse em BH 
Apostas: 30% dos mineiros atrasam o aluguel 
Recorde histórico na 9ª edição do Cupping ATeG Café + Forte 
Cervejaria pode triplicar de tamanho