Uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais discutiu, na manhã dessa terça-feira (8/10), uma denúncia sobre diárias de policiais militares que trabalham longe do local onde são lotados. Agentes que precisam se deslocar para cidades longe de onde trabalham estariam recebendo da PMMG valores menores do que aquele gasto com hospedagem e alimentação. O comando-geral da Polícia Militar de MG afirma que já está analisando a situação para buscar soluções.
As denúncias foram recebidas pelo deputado estadual Sargento Rodrigues (PL), presidente da Comissão de Segurança Pública da ALMG, e responsável por convocar a audiência para discutir o tema. O parlamentar afirma que o problema existe desde 2019, mas as denúncias teriam aumentado bastante em 2023. O problema, conforme Rodrigues, afeta principalmente os sargentos, cabos, soldados e tenentes.
“Tem casos em que o policial recebeu apenas 0,25% do valor ao qual ele teria direito, que já é baixo. É um valor, por exemplo, de R$ 64,50 para você se deslocar cerca de 140 km e pagar hotel, combustível, almoço, jantar e café. Nenhum trabalhador, seja público ou privado, pode trabalhar para ter prejuízo do próprio bolso”, afirma.
Sargento Rodrigues estima que cerca de 35 mil policiais em todo o estado estariam sendo prejudicados com a situação, em cidades do interior como Montes Claros, Almenara, Barbacena, Passos, Pouso Alegre e Araxá. Em um dos casos mencionados na audiência, ocorrido em 2023, alguns policiais teriam ficado 34 dias em serviço em Belo Horizonte e recebido o valor de apenas 18 diárias.
DENÚNCIA DE INTIMIDAÇÃO – O deputado Sargento Rodrigues também afirma ter recebido uma denúncia de Pouso Alegre, no Sul de Minas, de uma suposta intimidação a um militar que teria pedido o pagamento de diárias a que ele tinha direito.
“Foi um absurdo, foi abuso de autoridade. O sargento diz que requereu o pagamento de 30 meses sem um centavo de diárias pagas a ele. Ao fazer isso, o tenente- -coronel, não tendo a solução do problema, o intimidou fazendo uma comunicação disciplinar. Não o convoquei porque o comandante-geral se colocou à disposição para esclarecer”, diz Rodrigues.