O Grupo de Apoio à Prevenção e aos Portadores de Aids (Grappa-Norte há 32 anos em Montes Claros desenvolve um trabalho de grande relevância para todos aqueles que sofrem com a doença e não possuem condições financeiras para o tratamento, principalmente após a pandemia da covid-19.
Mas um grupo comprometido com essas pessoas em Montes Claros e no Norte de Minas vem trabalhando apesar das dificuldades, faz o melhor para atender os pacientes e portadores, além de crianças em vários bairros da cidade. Chegou a pensar até no fechamento, mas graças ao empenho da diretoria, o Grappa venceu todas essas barreiras e hoje desenvolve um trabalho dos mais elogiáveis e de grande importância com apoio da prefeitura, do governo do Estado, Ministério da Saúde e da sociedade.
A presidente do Grappa, Maurina Carvalho frisa ao NOVO JORNAL DE NOTÍCIAS, que a sociedade tem sido a grande parceira, que o ajuda financeiramente diante da vulnerabilidade social das pessoas acometidas pela Aids/HIV, principalmente na alimentação. Durante a pandemia, ela lembra que a entidade cumpriu todos os protocolos e recursos que vêm do Estado “nos ajudou demais e também do município para manter o Grappa. Muitos dos assistidos cadastrados receberam cestas básicas, cerca de 848 famílias e ainda continuam sendo beneficiados”, lembra.
“A gente usa sempre o slogan: “Vivendo e Convivendo” e o Grappa mantém o projeto do Fundo para a Infância e Adolescência (FIA) BB e temos a Brinquedoteca, implantada com recursos próprios, colônias de Férias para as crianças mostrando como entender o que é o futuro. Todos os dias são servidas as três refeições, café da manhã, almoço e jantar”, informa.
O Grappa possui mais de 16 leitos para masculinos e femininos e possui sede própria depois de firmar convênio com o Estado – além de ter apoio da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Faculdades Unidas do Norte (Funorte), FCO, onde pacientes portadores de Aids de 16 a 60 anos são atendidos no Centro de Atendimento e Especialidades Tancredo Neves (CAETAN) do Hospital Universitário Clemente Faria (HUCF), onde são encontrados profissionais dispostos a ajudar. Mesmo deparando com tantas dificuldades, eles não abrem mão da solidariedade, na Avenida Cula Mangabeira, Bairro Santo Expedito, bem como de parcerias importantes, que ajudam sobremaneira a entidade mantendo-a em pé, assegura Maurina Carvalho.
O Grappa tem uma grande abrangência no Norte de Minas e municípios da Bahia e atualmente atende 69 municípios e há mais de 342 pessoas na Casa de Apoio Tipo 1. Cerca de 1.036 portadores são atendidos, porém, o número pode chegar até quatro vezes mais, aqueles novos que passam pela entidade, que são diagnosticados pelas referências de saúde do município e do Estado – via farmácia de forma gratuita e distribuição de medicamentos. Os pacientes também recebem apoio e atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) do Ministério da Saúde e Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros.
O Grappa possui uma estrutura capaz de atender todos que ali procuram, afirmam a presidente Maurina Carvalho e a assistente social Carla Monique Gomes Santos. Além disso, tem o Grupo da Mulher de Arte e Terapia e o Grappinha, que atende crianças acometidas pela Aids/HIV, mesmo a despeito das dificuldades financeiras enfrentadas pela sua diretoria, após a pandemia da covid-19, que conta com a participação do enfermeiro Dario Ruas, de outros servidores na cozinha, faxina e voluntários, que ali trabalham diariamente.
O vice-presidente advogado Evaldo Melgaço atua de forma efetiva em favor do Grappa, sempre participando de audiências públicas e questões referentes à entidade quesito de não cumprimento dos direitos dos portadores de Aids/HIV.
As campanhas do Grappa são realizadas durante todos os anos como a Campanha Dezembro Vermelho, com apoio da Secretaria Municipal de Saúde e a vereadora e Professora Iara Pimentel e do voluntariado, através de palestras em escolas, empresas, até fora de Montes Claros. As visitas são feitas aos pacientes nos ambientes hospitalares e domiciliares com o objetivo de não parar com o tratamento, por isso “criamos um grupo de adesão para tal”, afirmam Maurina Carvalho e Monique Santos ao NJN.
O tratamento sendo procurado cedo há uma sobrevida pois têm pessoas com 30 anos com a doença e que continuam vivendo como se não tivesse Aids. Há casos que as pessoas ficam fragilizadas, pois têm depressão, sendo uma doença em que o paciente sofre muito se não tiver apoio da família, dos amigos em geral.
A entidade conta ainda com ajuda de alimentos não perecíveis, de limpeza em geral, combustível para o único carro do Grappa e qualquer doação, dinheiro pelo PIX pode ser feita também através no endereço Rua Acácia de Paula, 660, Bairro Cândida Câmara, cel: (38) 9999- 6905; @grapanorte, ou grappanorte@yahoo.com.
GRAPPA NORTE – O Grappa, desde a sua criação em 1992, no dia 9 de dezembro trabalha com prevenção e apoio aos portadores do vírus HIV e/ou da Aids. Este trabalho se dá com apoio psicossocial, visita hospitalar e domiciliar, reuniões de convivência mensal com familiares, atividades de entretenimento e socialização com amigos e familiares, almoço solidário todos os dias, encaminhamento para exames e orientações sobre as informações claras dos serviços de saúde, aulas de reforço escolar para crianças e adolescentes, aula de artesanato para crianças, adolescentes e adultos, aula de dança para adolescentes, acolhimento às crianças HIV+ provenientes de outros municípios vizinhos que precisam de tratamento fora de domicílio.
Além disso, são realizadas campanhas de prevenção tanto com os portadores de HIV/Aids quanto com a população em geral (em Montes Claros e várias cidades do Norte de Minas).
A região do Norte de Minas apresenta um quadro de extrema desigualdade social, com alto índice de desemprego. As crianças portadoras de HIV/Aids, cadastradas na entidade, são em sua maioria órfãos e/ou filhos de pais desempregados ou de baixa renda e estão submetidos a preconceitos e discriminações constantes.
Contudo, o Grappinha visa elevar a autoestima e propiciar às suas crianças uma melhor qualidade de vida. Hoje contamos com várias crianças (de três meses a 18 anos) cadastradas na entidade, vivendo e convivendo com HIV/Aids, sendo muitas pessoas em tratamento.
Pessoas Vivendo com HIV/ Aids e Familiares
Apoio psicossocial, visita hospitalar e domiciliar, reuniões de convivência mensal com familiares, atividades de entretenimento e socialização, encaminhamento para exames.
Portadores de HIV/Aids e coinfecções por TB e HB
Acolhimento, apoio e aconselhamento aos portadores de HIV/AIDS que possuem coinfecções com quadros de tuberculose e hepatites virais, bem como encaminhamento para exames e orientações sobre os serviços de saúde.
Crianças vivendo e convivendo com HIV/Aids
Desenvolvimento de ações que visem o bem-estar destas crianças e proporcione alimentação adequada, acomodações, material pedagógico, fraldas descartáveis, monitoramento e acompanhamento.
População Geral
Realização de campanhas de prevenção tanto com os portadores de HIV/AIDS quanto com a população em geral (em Montes Claros e várias cidades do Norte de Minas)