O Ministério dos Transportes (MT) estuda a concessão de um lote de rodovias no Norte de Minas Gerais. O projeto engloba trechos da BR-251, de Montes Claros até a divisa com a Bahia, e da BR-116, de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, que irá também até a divisa com o Estado baiano, no ponto em que as duas rodovias de encontram. As informações são do repórter Marco Aurélio Neves e foram publicadas, nessa sexta-feira (20/9), no Diário do Comércio.
Coordenador da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) em Minas Gerais, Marcelo Alcides disse, durante o Encontro de Empresários promovido pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), em Belo Horizonte, que o projeto está na fase de estudos e que, havendo viabilidade econômica, a agência vai elaborar o edital para que a concessão das rodovias seja leiloada com sucesso.
A extensão da concessão em estudo dos trechos da BR-251 e BR116 soma 757 quilômetros. “Minas Gerais é o Estado que contém a maior malha federal e está sendo privilegiado pelos projetos de concessão. Há aqui a ideia de trazer para Minas Gerais condição logística para o desenvolvimento do Estado”, disse Alcides.
O atual ciclo de novas concessões das rodovias em Minas Gerais prevê investimentos de R$ 47,1 bilhões nos próximos anos, sendo R$ 27,6 bilhões em Capex e R$ 19,5 bilhões em Opex, com os leilões previstos e já realizados, como o trecho da BR-381 entre Belo Horizonte e Governador Valadares, e o trecho da BR-040 entre a capital mineira e Juiz de Fora, na região da Zona da Mata.
Dentro desse valor também es tão as concessões da “Rota dos Cristais”, trecho da BR-040 de Belo Horizonte a Cristalina (GO), a “Rota do Zebu”, trecho da BR-262 da capital mineira até Uberaba, no Triângulo Mineiro, e a “Rota Sertaneja”, que conta com outra fatia da BR262 e também inclui a BR-153, que faz ligação entre Goiânia (GO) e as cidades mineiras de Uberaba e Fronteira, ambas na região do Triângulo.
A expectativa da ANTT é que os investimentos previstos nos estudos de elaboração dos editais sejam consolidados para ampliar a capacidade, eliminar gargalos, melhorar a fluidez e a segurança das estradas. “São investimentos em grandes obras, duplicações, terceiras faixas, viadutos dos trevos e também a operação rodoviária, com socorro mecânico, socorro médico, implantação de tecnologia, com sistema de filmagem nas rodovias, para prestar o serviço adequado, trazendo condições para o desenvolvimento do Estado”, disse Marcelo Alcides.
O coordenador da ANTT explicou que, na elaboração dos editais de concessão das rodovias, a agência trabalha com uma engenharia financeira que garanta a modicidade tarifária, para que a tarifa de pedágio estabelecida não seja onerosa aos motoristas das rodovias. “A gente trabalha com indicadores da construção pesada, da engenharia, e a ideia é que você construa um projeto com os custos adequados, reais, sem nenhum exagero”, pontua Alcides. “Eu preciso fazer o que é necessário, a engenharia rodoviária entra junto com a engenharia financeira para buscar o equilíbrio. E um projeto, quando é colocado em leilão, se busca uma competição e é possível uma redução (da tarifa) nesse momento também”, completa.