Todos os dias, ao passar pelo portão do Centro Municipal de Educação Infantil (Cemei) Amiguinhos da Vila, a pequena Rebeca, de 5 anos de idade, abre um belo sorriso. A mãe Gleniele conta que ir para a escola é a maior alegria da filha.
“Quando a Rebeca foi diagnosticada com TEA (transtorno do espectro autista) tivemos a preocupação de como seria ir para escola. Se ela seria aceita, se saberiam lidar com ela. E o acolhimento que ela recebeu no Amiguinhos da Vila, por parte de todos os funcionários e dos coleguinhas, nos deixou tranquilos porque vimos o quanto ela está se desenvolvendo, não só na questão pedagógica, mas também em lidar com suas dificuldades e superá-las. Ela ama ir para as aulas, e quando retorna, conta mil histórias. Não poderia haver um indicativo melhor de que ela está no lugar certo. Somos muito gratos a todos do Cemei pela responsabilidade, cuidado e carinho com minha filha”, agradece.
Rebeca é uma das cerca de 800 crianças autistas, dentre os quase 1500 estudantes com deficiência matriculados no Sistema Municipal de Ensino de Montes Claros. “É um público muito especial e demanda um trabalho educativo organizado e adaptado para atender às suas necessidades”, observa a secretária municipal de Educação, professora Rejane Veloso Rodrigues.
A secretária explica que o Município se estruturou e, hoje, oferta vários serviços para garantir a acessibilidade e a inclusão nas unidades escolares. “O Sistema Municipal de Ensino conta com cerca de 1000 Auxiliares de Docência, além de Psicopedagogos, Psicólogos, Assistentes Sociais, Tradutores e Intérpretes de Libras, Supervisores Educacionais e Professores que atuam com atendimento educacional especializado para assistir os alunos com necessidades educacionais específicas”, explica.
Os serviços da Psicologia e Assistência Social Educacionais que atuam em cada unidade de ensino também realizam acompanhamento no processo educacional, orientação e acolhimento aos alunos e seus familiares, atuando de forma multidisciplinar com a Rede Intersetorial.
Além disso, a secretaria também conta com uma Coordenadoria de Educação Inclusiva formada por equipe multidisciplinar, que desenvolve um trabalho baseado no princípio da individualização do atendimento, buscando atender as necessidades específicas de cada estudante com deficiência.
EDUCAÇÃO PERMANENTE
Rejane Veloso destaca que quando se fala sobre inclusão da criança com autismo na escola de ensino regular, deve-se pensar também no professor, para que ele esteja preparado para receber os alunos. “O professor é um mediador no processo inclusivo. É ele quem promove o contato inicial da criança com a sala de aula e é o responsável por incluí-lo nas atividades com toda a turma”, observa.
Para garantir que o profissional esteja preparado para realizar esse acolhimento, a Secretaria Municipal de Educação mantém um programa de formação permanente. “Não só para os professores, mas para todos os profissionais da escola, para orientar e acompanhar esse processo, buscando garantir, assim, o desenvolvimento da autonomia, da criatividade e da comunicação dos estudantes autistas”, completa.
ESCOLA INCLUSIVA
A secretária Rejane Veloso explica que os espaços físicos das escolas municipais também estão sendo adaptados para receber os alunos com necessidades especiais. “As unidades escolares estão sendo reformadas e ganhando mais salas de aulas, novos quadras, pátios e refeitórios, tudo com acessibilidade, e pintura com cores que trazem calma, equilíbrio e estimulam a criatividade, favorecendo o aprendizado. Já os novos prédios estão sendo construídos com todos os recursos, mobiliário e equipamentos necessários para oferecer uma educação de qualidade e acolher a todos os alunos da maneira adequada”, ressalta.
As escolas também possuem salas com equipadas com recursos multifuncionais garantindo o acesso do aluno a informações que o ajudem a construir seu conhecimento de forma eficiente.