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Disparidade cresce entre preços internos e externos

Aumento na disponibilidade interna contribui para a diferença de cotações no mercado

Levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) aponta que os preços médios do algodão em pluma praticados no mercado brasileiro têm se afastado das cotações internacionais, favorecendo as taxas externas. Pesquisadores do Cepea, destacam que essa situação, comum nesta época do ano, resulta do aumento da oferta doméstica, em decorrência do avanço no beneficiamento da pluma da safra 2023/24.

Até o dia 28 de outubro, a média do Indicador Cepea/ ESALQ, com pagamento em até oito dias, registrou US$ 0,7074 por libra-peso, apresentando uma queda de 1% em relação ao mês anterior. Essa diminuição está relacionada à valorização de 1,2% da taxa de câmbio no mesmo período, elevando a média para R$ 5,6047 em outubro de 2024. Em contraste, o Índice Cotlook A aumentou 1,8%, alcançando US$ 0,8392 por libra-peso, enquanto o primeiro vencimento da ICE Futures (Bolsa de Nova York) subiu 1,5%, atingindo US$ 0,7191 por libra-peso.

MAIOR EXPORTADOR

O Brasil, consolidado como o maior exportador mundial de algodão, teve um papel de destaque durante o evento anual da International Cotton Association (ICA), realizado de 14 a 17 de outubro em Liverpool, Inglaterra. O país esteve presente em discussões importantes, ao lado de líderes do setor, visando garantir uma maior presença do algodão no mercado têxtil atual e futuro.

A delegação brasileira, coordenada pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), participou de debates, organizou eventos e trabalhou na construção de um novo posicionamento junto à indústria têxtil e marcas globais. “Não basta sermos o maior exportador; precisamos participar das decisões. Assumimos uma postura mais ativa para trabalhar em pontos estratégicos, como a legislação europeia”, afirmou Alexandre Schenkel, presidente da Abrapa.

Nesta edição do evento, a participação brasileira compreendeu três atividades durante a programação. No dia 15 de outubro, o Cotton Brazil Luncheon reuniu empresários e investidores do setor têxtil para discutir novas informações e previsões sobre a safra e as exportações brasileiras. Em um painel regional no dia 17, o Brasil debateu o novo papel da cotonicultura no fortalecimento do algodão no mercado mundial de têxteis. Além disso, ao longo do ICA Trade Event, a delegação promoveu rodadas de negócios com empresas comerciais internacionais.

“Fomos muito prestigiados em todas as iniciativas. Existe um grande interesse sobre como o Brasil pode contribuir para aumentar a participação do algodão no mercado têxtil, dado que nossa capacidade de ampliação da oferta global está limitada”, observou Schenkel. O país é visto como um fornecedor confiável, com um produto de qualidade aprimorada rapidamente. Segundo Marcelo Duarte, diretor de Relações Internacionais da Abrapa, “a percepção internacional sobre a liderança do Brasil nas exportações decorre da evolução geral do algodão brasileiro em termos de qualidade, certificação socioambiental, volume de produção e acesso a mercados”.

Entretanto, o Brasil reconhece que ainda existem áreas a serem aprimoradas. Embora o progresso em características como comprimento, resistência e micronaire seja notável, ainda é necessário melhorar aspectos como o índice de fibras curtas, além de lidar com problemas ocasionais de pegajosidade e contaminação.

Na cadeia produtiva, a logística se destaca como um ponto crítico. “Percebemos a necessidade de aprimorar as operações portuárias e ampliar as rotas além de Santos. Por isso, estamos investindo no programa ABR-LOG, um protocolo de boas práticas para terminais retroportuários”, destacou Schenkel.

MERCADO TÊXTIL

 O ICA Trade Event também antecipou tendências relevantes do setor. A questão ambiental continua sendo uma preocupação central, especialmente com uma nova lei na Europa que pretende rotular peças de roupa com informações sobre o impacto ambiental de sua fabricação. Contudo, o cálculo atual favorece o poliéster, um tecido sintético derivado do petróleo, em detrimento de fibras naturais como o algodão.

Além disso, o uso da inteligência artificial tem crescido na indústria têxtil, aplicando- -se em diversas áreas, desde planejamento e negociação até manufatura e previsão de demanda. Conflitos globais, como as guerras entre Rússia e Ucrânia e as tensões comerciais entre Estados Unidos e China, também influenciam a demanda por produtos têxteis. As eleições nos EUA, com candidatos como Kamala Harris e Donald Trump apresentando visões distintas sobre o comércio externo, são outro fator a ser considerado.

“À medida que nossa participação no mercado cresce, também aumenta nossa responsabilidade. Trabalhando em conjunto com outras nações e organizações, o setor pode avançar em escala global”, concluiu Schenkel. A participação brasileira no ICA Trade Event é parte das ações do Cotton Brazil, uma iniciativa voltada à promoção do algodão brasileiro em nível global. O programa é idealizado e coordenado pela Abrapa, em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e conta com o apoio da Associação Nacional de Exportadores de Algodão (Anea).

Aumento na disponibilidade interna contribui para a diferença de cotações no mercado

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