Com o cenário econômico favorável, comerciantes vivem um dezembro de expectativas positivas quanto ao faturamento e projetam um Natal de recordes em vendas. A previsão é de crescimento de 13% em vendas, com faturamento de R$ 22,2 bilhões no mês de dezembro deste ano, o que, se confirmado, será o melhor desempenho para o período desde 2015.
Este é um grande momento para a economia em todo o país. O comércio chega com toda a força neste final de ano, com a expectativa do seu melhor desempenho em quase 10 anos. A base desse resultado está sólida, com uma baixa taxa de desemprego, inflação menor do que há um ano, crédito ainda abundante, inadimplência em queda e recursos importantes do 13º salário.
O empresário Roberto Teixeira, franqueado de uma empresa de chocolate, se baseia na experiência de outros lojistas da marca, que apontam o Natal como a melhor data do ano, após a Páscoa.
Além da relevância das vendas corporativas, o panetone, segundo ele, é o produto de maior valor agregado e é uma grande aposta para este período. Com ticket médio, de qualquer fabricante, acima de 40, o produto ganha sabores sofisticados, como o trufado, limão siciliano e pistache, sendo ressignificado ao longo dos anos e tendo conquistado lugar privilegiado na ceia natalina.
O otimismo é confirmado ainda por outras entidades do setor, e a boa movimentação econômica durante a Black Friday, em novembro passado, com crescimento de vendas acima de 15% em relação ao ano passado, tem deixado o comércio otimista quanto ao Natal. Além disso, o cenário deve refletir o efeito da segunda parcela do 13º salário, paga até o dia 20.
Os comerciantes brasileiros estão muito otimistas, muito confiantes em ter um Natal positivo, com esse nível de venda acima de 15%. Geração de emprego acima de milhares de contratações temporárias e dentro de uma visão extremamente presente, que o Natal interessante em relação ao ano passado, afirmam.
Nesta linha, Edson Piaggio, coordenador regional da Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), aponta a previsão de aumento de 12% em vendas neste Natal, em relação ao ano passado. Ele também revela que a estimativa é influenciada pelo resultado positivo da Black Friday.
SUPERMERCADOS
Eles estimam um adicional absoluto em relação ao ano passado deve ser de R$ 2,5 bilhões em vendas, impulsionado pela injeção de R$ 14,5 bilhões na economia em função do 13º salário, dos quais R$ 4,8 bilhões devem ser direcionados, especificamente, para o consumo.
Conforme afirmam, dos setores mais ligados ao evento de Natal, o destaque deve ser o de supermercados, com projeção de crescimento de 17% no contraponto anual, atingindo R$ 9 bilhões, ou 41% do total das vendas do varejo.
Em relação aos presentes, o que as pessoas mais procuram nesta época do ano são roupas e calçados, e esse segmento deve crescer 7% em relação ao mês de dezembro de 2023. São itens de fácil acesso devido ao preço relativamente baixo.
Os aparelhos telefônicos, televisores e computadores não são destaque apenas na Black Friday, e muitos consumidores também aproveitam o 13º salário para comprar eletrodomésticos ou eletrônicos. Neste ano, esse setor deve registrar uma alta de 9%.
“Embora a taxa de juros básica da economia esteja subindo novamente, o crédito ainda está muito farto para as famílias, dadas as melhores condições de renda e emprego, além de um risco menor da inadimplência. Esses produtos mais caros são, na sua grande maioria, comprados via crédito, através do parcelado no cartão ou nos carnês”, como vêm adotando algumas lojas no centro e bairros maiores de Montes Claros, como no Major Prates, pontua o consultor econômico Guilherme Dietze.
Além dos itens citados, a linha de Cosméticos, Perfumes e Higiene Pessoal também é bastante procurada para presentes de final do ano, e a expectativa é alta de 9% para Farmácias e Perfumarias. As demais elevações em dezembro devem ser vistas em: materiais de construção (18%), veículos, motos e peças (13%), lojas de móveis e decoração (7%) e outras atividades (7%).