Com a identificação de quatro amostras detectadas para Febre de Oropouche por meio de análise laboratorial realizada pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs Minas) está alertando os municípios para a necessidade do reforço das ações de vigilância epidemiológica e de saúde, bem como a notificação de casos suspeitos em até 24 horas. Na segunda-feira (27), o Cievs Regional de Montes Claros repassou às secretarias municipais de saúde alerta epidemiológico emitido pelo Cievs Minas.
No dia 23 de maio, a Funed informou ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde a identificação de quatro amostras detectáveis para Oropouche, através de ensaios RT- -qPCR, a partir da análise de 93 amostras aleatórias, que apresentavam resultados não detectáveis para dengue e chikungunya. Dentre os quatro casos identificados, dois estão localizados em Ipatinga; um no município de Gonzaga (região de Governador Valadares) e um em Congonhas (região de Barbacena). Os casos estão sendo investigados pelo Cievs Minas.
A coordenadora do Cievs Regional de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes explica que “a Febre Oropouche compõe a lista de doenças de notificação obrigatória. Por isso, qualquer caso suspeito da doença deve ser comunicado ao Cievs em até 24 horas, por meio dos e-mails cievsregional.moc@saude.mg.gov. br; notifica-se@saude.mg.gov.br ou pelo telefone de plantão (31) 99744-6983. Além disso, os serviços de saúde devem preencher ficha no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan)”.
Ainda de acordo com a coordenadora, as medidas de prevenção e controle visam diminuir a proliferação de mosquitos, incluindo a eliminação de focos onde eles se reproduzem e descansam, como áreas úmidas e ricas em matéria orgânica. A limpeza urbana e o uso de repelentes são essenciais para o controle do vetor.
De acordo com informe semanal emitido no dia 21 de maio pelo Centro de Operações de Emergências (COE) Dengue e outras Arboviroses, neste ano foram identificadas no país 5.530 amostras com resultados detectáveis para o vírus Oropouche. A maior parte dos casos teve como local provável de infecção municípios de estados da região Norte. A região amazônica, considerada endêmica, concentrou 91,4% dos casos. A transmissão autóctone foi registrada na Bahia, Piauí, Espírito Santo e Santa Catarina. Há casos em investigação no Paraná, Rio de Janeiro, Maranhão e Mato Grosso.
A DOENÇA
A Febre Oropouche é causada por um arbovírus e tem como vetores os mosquitos do gênero Culicoides, sendo o principal Culicoides paraenses, conhecido como “maruim ou mosquito pólvora”. As larvas do mosquito se desenvolvem em vários ambientes com probabilidade de permanecerem úmidos (florestas tropicais, margens de rios, solos úmidos e buracos de árvores). Isso favorece a alimentação das larvas em períodos secos. Os caules de bananeiras também favorecem a proliferação de um grande número de mosquitos, enquanto as cascas de cacau foram consideradas o segundo habitat mais propício à proliferação de vetores.