As secas severas e as chuvas torrenciais são fenômenos climáticos extremos, que vêm se tornando cada vez mais frequentes e intensos, não apenas em Minas Gerais, mas em todo o mundo. Para discutir as políticas públicas necessárias para conviver com essa nova realidade, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza, nesta quinta-feira, o lançamento do Seminário Técnico Crise Climática em Minas Gerais – Desafios na Convivência com a Seca e a Chuva Extrema. O evento desta quinta-feira marca o início do compromisso lançado pela ALMG neste ano de discutir tecnicamente a pauta da crise climática no Estado, bem como fomentar projetos de inovação para Minas e definir agenda de trabalho legislativo positiva sobre o tema.
Além da participação de autoridades, especialistas e pesquisadores no lançamento, o Parlamento mineiro, em uma ação inovadora, vai anunciar uma ação de fomento para soluções tecnológicas sustentáveis de iniciativas de startups, universidades e centros de pesquisas voltadas para o enfrentamento da crise climática. Isso se dará por meio de parceria entre a ALMG e o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC), para prestação de serviços especializados em gestão da inovação.
Com a parceria, o Parlamento mineiro busca fomentar e contribuir com a identificação e a seleção de soluções tecnológicas e de impacto social para o enfrentamento da crise climática no Estado. O resultado almejado é selecionar, por meio de edital, iniciativas de destaque e inovadoras dos empreendedores participantes, que serão acompanhados por equipes de especialistas e agentes de sustentabilidade e inovação do BH-TEC. Espera-se que as soluções apresentadas para resolver ou mitigar os problemas da crise climática tenham expressivo impacto social.
DEBATES – As atividades desta quinta vão reunir parlamentares e representantes do meio acadêmico para discutir com embasamento técnico os desafios que a crise climática impõe à sociedade mineira e como enfrentar os seus efeitos, que provocam prejuízos econômicos, sociais e ambientais.
O lançamento do seminário pelo presidente da ALMG, deputado Tadeu Martins Leite, o Tadeuzinho, do MDB, será às 9 horas, no Plenário. Após a mesa de abertura, haverá palestra sobre os desafios da crise climática, com a professora Michelle Simões Reboita, do curso de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Itajubá (Unifei).
Também participam da mesa de debates a integrante da Articulação do Semiárido Mineiro, Aline Silva de Souza; o vice-diretor do Centro de Desenvolvimento e Planejamento da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG (Cedeplar), Bernardo Campolina; o ex-presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas, Marcus Vinícius Polignano; e a engenheira ambiental Ana Paula Bicalho de Melo.
SUBSIDIAR AGENDA – À tarde, a partir das 14 horas, grupos de trabalho se reúnem para discutir uma metodologia e um cronograma para o seminário, que acontece em agosto. Esses grupos, que continuarão se reunindo de abril a junho, serão formados por representantes de universidades, órgãos públicos, entidades da sociedade civil, associações microrregionais e consórcios municipais.
Eles vão reunir avaliações e recomendações para subsidiar uma agenda de atuação da ALMG no aperfeiçoamento e na fiscalização de políticas públicas, centrada em medidas estruturantes que auxiliem na convivência com a seca e a chuva extrema. A discussão deve ser levada ao interior de Minas Gerais, com encontros que vão debater as diferentes realidades das diversas regiões do Estado, entre maio e junho. Depois, o resultado desse trabalho será apresentado e debatido no seminário técnico, cujos desdobramentos serão acompanhados pela ALMG e poderão se transformar em atividades ou matérias que tramitem na Casa legislativa.
Para o presidente da ALMG, a discussão não deve ser focada na busca de soluções emergenciais ou pontuais. O objetivo é viabilizar políticas públicas que promovam ações contínuas, de caráter estruturante de médio e longo prazos, voltadas para o fortalecimento das regiões afetadas pela crise climática. “Nós vamos fazer um trabalho longo, perene, para que, ao final do ano, já tenhamos resultados positivos para amenizar tanto a seca severa que assola parte do Estado quanto os problemas que as fortes chuvas trazem em outras áreas”, afirma.