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Dia do apicultor comemorado com boas perspectivas e muitos desafios

No dia 22 de maio é comemorado o dia do apicultor. A atividade está presente em todo o Estado de Minas Gerais e, nos últimos anos, conquistou novos mercados com exportações para vários países. Em 2023, a produção média de mel foi de 7,11 mil toneladas em Minas Gerais, segundo a Emater-MG.

No dia 22 de maio é comemorado o dia do apicultor. A atividade está presente em todo o Estado de Minas Gerais e, nos últimos anos, conquistou novos mercados com exportações para vários países. Em 2023, a produção média de mel foi de 7,11 mil toneladas em Minas Gerais, segundo a Emater-MG.

No Estado, a agricultura familiar é responsável por cerca de 80% da produção de mel e aproximadamente 70% da produção de própolis. Mas embora seja uma atividade rentável, os apicultores enfrentam várias dificuldades como a desorganização da cadeia produtiva, sazonalidade da demanda e ainda o trabalho com as abelhas, que exige capacitação e frequentemente ocasionam ferroadas.

A coordenadora Estadual de Pequenos Animais da Emater-MG, Márcia Portugal Santana, comenta que a apicultura tem crescido em todas as regiões mineiras. “Temos produção de mel em todo o Estado, mas em Bocaiúva e demais cidades do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha estão mais à frente na produção, por ter o maior número de abelhas. Lá tem o mel de aroeira que, segundo pesquisas, tem propriedades medicinais bastante diferenciadas. Eles então fizeram a indicação geográfica dessa região e o selo garantiu uma certificação desse mel, ampliando as vendas do produto”, salienta a coordenadora.

MONTE AZUL

Neste município, no Norte de Minas, existe o Apiário no distrito de Riachinho, onde o produtor Flávio Teixeira produz mel de qualidade e plantou mais de 1.600 árvores da espécie acácia utilizada pelas abelhas para a produção de mel também em favos. A Associação dos Produtores de Mel tem colhido muitos frutos, inclusive, vendendo para vários mercados da região, informa à reportagem do NOVO JORNAL DE NOTÍCIAS.

Os empresários numa área média produzem todos os tamanhos de frascos de mel claro e aroeira, que são comercializados em feiras livres e exposições realizadas no Norte de Minas, segundo explica Flávio Teixeira, que é da região, mas morava em São Paulo. O mel não é remédio, mas sim, uma fonte de energia, pontua Teixeira ao NJN.

Ele trocou a cidade grande por uma pequena comunidade, onde ali cria as abelhas para produção de mel, cera, entre outros produtos que são vendidos também em supermercados, mercearias e Mercados. Eles contam com apoio da prefeitura, Secretaria Municipal de Agricultura monteazulense, além da Codevasf e Emater na localidade rural de Riachinho.

MAIOR PRODUTOR

Além do mel, a apicultura também tem outras fontes de receita. Em Minas Gerais, a produção de própolis em 2023 foi de cerca de 260 toneladas, sendo o Estado o maior produtor de própolis verde. “Nós temos o pólen também, que em Minas Gerais não tem muita produção; a cera para velas, a geleia real e o veneno. Mas o trabalho mais importante das abelhas é a polinização, que garante a produção de alimentos em geral. A criação de abelhas é uma importante atividade agropecuária, compatível com a preservação do meio ambiente”, explica a coordenadora Márcia Portugal.

Contudo, ressalta que a maioria dos apicultores mineiros é de pequenos produtores rurais, que usam a apicultura como uma segunda renda. “É uma atividade que dá muito certo para a agricultura familiar, pois o produtor pode ter pouca terra ou até colocar o apiário em outros locais, que não seja o sítio dele. Também não exige muito investimento financeiro inicial e é uma atividade que você não tem de fazer todos os dias. Mas é uma profissão que a pessoa tem que ter aptidão para mexer, não ser alérgica e se capacitar para ter um trabalho seguro”, salienta.

Tânia do Carmo Tamietti se tornou apicultora há três anos, em São Joaquim de Bicas (Grande BH), deixando para trás o trabalho de fisioterapeuta e de bailarina do Palácio das Artes. “Eu sempre gostei de abelhas. Elas são incríveis. Nós tínhamos um sítio e nos deparamos um dia no mato com três caixas de abelha, abandonadas por um antigo caseiro. Como entrou a pandemia, decidi correr atrás de qualificação para produzir mel e nisso descobri uma paixão pela apicultura”, lembra.

Apicultora é atendida pela Emater

Atualmente, a apicultora é atendida pela Emater-MG, participa da Associação de Meliponicultores e Apicultores do Médio Paraopeba e Região (AmamP) e tem uma distribuidora de produtos apícolas. “Não é qualquer pessoa que dá certo na atividade. Tem que gostar. É um trabalho exaustivo e árduo. Você leva ferroada mesmo com a roupa e dói muito. Mas é prazeroso poder oferecer um produto de qualidade e que propicia mais saúde para as pessoas”, argumenta a apicultora.

No ano passado, a Emater atendeu, em atividades de apicultura, 4.843 apicultores, realizando 6250 atendimentos no segmento. “A Emater-MG desenvolve junto aos apicultores uma série de ações, oferecendo assistência técnica, tanto para associações e cooperativas como para o produtor individual. Há ainda capacitações e medidas de fortalecimento da cadeia apícola, além da divulgação e acompanhamento do processo de certificação no Programa Certifica Minas Mel, junto ao IMA”, explica.

Além disso, também disponibiliza uma cartilha informativa sobre a apicultura em seu site (clique aqui). Além da criação das abelhas, os apicultores devem planejar também a implantação de uma “casa de mel”, ou entreposto, destinado à manipulação e industrialização de mel e demais produtos apícolas, de acordo com as normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Minas Gerais possui um alto potencial para a produção apícola, com abundância de matas nativas e florestas plantadas, o que garante floradas durante todo o ano, permitindo a produção contínua de mel. As exportações mineiras de mel atendem a União Europeia, Reino Unido, Japão, Canadá, entre outros países. Mas a cadeia apícola mineira é pulverizada e de pouca intensidade tecnológica.

A sazonalidade da demanda (maior venda de produtos no inverno), pequeno número de unidades de beneficiamento e a desorganização da cadeia produtiva são pontos de atenção. “O desafio é transformar os produtores dispersos em organizações coletivas, que tem uma força maior no mercado. Também é interessante investir em especializações e produtos nobres, além de apostar na certificação e rastreabilidade”, recomenda a coordenadora da Emater-MG.

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