Como parte das ações do Outubro Verde, voltado para o enfrentamento da transmissão congênita da sífilis, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) realizou nessa quarta-feira (25), videoconferência de atualização de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. O evento foi direcionado a profissionais que atuam em 54 municípios da área de atuação da SRS. Entretanto, está sendo organizado pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde com a participação da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros, por meio do Serviço Ambulatorial Especializado (SAE).
A referência técnica em sífilis na Superintendência Regional de Saúde, Adriana Barbosa Amaral destaca que “a atualização dos profissionais de saúde é de fundamental importância para que sejam intensificadas as ações voltadas para o diagnóstico precoce e o tratamento da doença, a fim de conter a transmissão do agravo”.
A capacitação que será conduzida pelas médicas Janer Silveira e Ana Paula Holzmann, que atuam no Serviço Ambulatorial Especializado, reforçará a importância da realização da testagem rápida para o diagnóstico da doença; no manejo clínico; tratamento e utilização da técnica de aplicação de penicilina.
A sífilis é transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas, sangue ou produtos sanguíneos (agulhas contaminadas ou transfusão com sangue não testado), além da transmissão da mãe para o filho em qualquer fase da gestação, no momento do parto ou pela amamentação. O tratamento é estendido aos parceiros sexuais e é feito com antibióticos, além de ser acompanhado com a realização de exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença.
“A sífilis é uma infecção curável, com tratamento relativamente simples, mas pegar uma vez não promove imunidade. Nas formas mais graves da doença, como na fase terciária, o não tratamento adequado pode levar à morte. O uso de preservativos (tanto femininos como masculinos) durante todas as relações sexuais é a maneira mais segura de prevenir a doença. O acompanhamento das gestantes e dos parceiros sexuais durante o pré-natal contribui para o controle da sífilis congênita”, explica a coordenadora de vigilância em saúde da SRS, Agna Soares da Silva Menezes.
Entre 2016 e 2021 a frequência da sífilis adquirida no país foi de 78,5 casos por 100 mil habitantes e em Minas Gerais a taxa ficou em 74,8 casos/100 mil habitantes. Entre 54 municípios que compõem a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros a taxa de frequência da sífilis adquirida ficou em 32,5 casos para cada grupo de 100 mil habitantes.
Já a frequência da sífilis congênita, transmitida da mãe para o bebê durante a gestação ou amamentação apresentou o seguinte cenário em 2021: No Brasil, 9,9 casos por mil nascidos vivos; em Minas Gerais, 8,9 casos; e na área de jurisdição da SRS, 10,8 casos por mil nascidos vivos.
“Estamos num período de tendência de aumento de casos de sífilis. Por isso, a ampliação da testagem rápida, inclusive com a realização de ações fora das unidades de saúde e o investimento na qualidade do pré-natal com a realização da testagem da gestante, tratamento e monitoramento dos casos positivos, incluindo os parceiros, são medidas de fundamental importância para controle da doença. Combater a sífilis adquirida tem impacto importante na contenção da transmissão da doença, inclusive das gestantes para os bebês”, reforça Adriana Amaral.
Outras medidas importantes que os municípios devem manter durante todo o ano são as ações de educação sexual envolvendo as diversas faixas etárias da população. Entre as atividades o foco deve ser direcionado ao planejamento familiar; ao pré-natal; ações voltadas para o público presente nas salas de espera das unidades de saúde, escolas e universidades, além dos grupos de maior vulnerabilidade, constituído por pessoas do sexo masculino com idade entre 20 e 29 anos.