As chuvas frequentes e as temperaturas amenas observadas em outubro no cinturão citrícola de São Paulo e no Triângulo Mineiro – o principal polo produtor de laranja destinado à indústria de suco – têm contribuído para amenizar a situação dos pomares. De acordo com pesquisadores do Cepea, as precipitações são favoráveis para a melhoria das frutas que ainda estão nos pés, correspondentes à safra 2024/25, que começou em junho de 2024 e deve ser concluída em janeiro de 2025.
Para a próxima safra, 2025/26, especialistas do Cepea afirmam que as chuvas atuais devem beneficiar as floradas já existentes, estimular novas aberturas e assegurar um bom desenvolvimento dos frutos. Esse cenário pode possibilitar a recuperação, ainda que parcial, do estoque reduzido de suco na indústria, conforme apontam os estudos do Centro de Pesquisas.
AUMENTO
Os preços da laranja atingiram novos recordes em setembro, impulsionados por uma oferta limitada e uma demanda crescente, especialmente no segmento industrial. A valorização no mercado in natura também reflete essa conjuntura, favorecendo os produtores brasileiros.
No mês, a fruta foi comercializada a R$ 115,10 por caixa de 40,8 kg (na árvore, sem incluir o custo de colheita), representando um aumento expressivo de 144,1% em relação ao mesmo período de 2023 e de 16% em comparação com agosto deste ano.
Segundo informações do Cepea, a demanda industrial tem sido um dos principais fatores para o aumento dos preços. Os produtores que negociam com a indústria na modalidade spot e posto fábrica também observaram um crescimento significativo, com a caixa de 40,8 kg atingindo o valor recorde de R$ 84,77. Esse valor representa uma alta anual de 85,1% e um incremento mensal de 4%, refletindo o aquecimento do mercado e a escassez de oferta.