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Profissionais são atualizados sobre diagnóstico da doença

Nos últimos quase dois anos e meio, 442 casos de leishmaniose tegumentar foram registrados no Norte de Minas, com média de 16,3 notificações por mês.

Nos últimos quase dois anos e meio, 442 casos de leishmaniose tegumentar foram registrados no Norte de Minas, com média de 16,3 notificações por mês. Para reduzir a incidência, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) concluiu, nessa quarta-feira (3/4), a atualização de profissionais de 54 municípios da sua área de atuação sobre o diagnóstico e tratamento da doença. Conduzidos durante dois dias pela referência técnica da Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e de Saúde, Arlete Lisboa Gonçalves, a capacitação contou com a participação de profissionais do Serviço Ambulatorial Especializado Ampliado de Montes Claros (SAE) e do Ministério da Saúde.

As atividades foram direcionadas a enfermeiros, médicos, coordenadores municipais de vigilância em saúde e profissionais que atuam em hospitais. Arlete Gonçalves destaca a importância da atualização dos profissionais, levando em conta “a rotatividade ainda existente nos serviços municipais de saúde; a necessidade da busca ativa e identificação das pessoas acometidas por leishmaniose tegumentar e a disponibilidade de tratamento em tempo oportuno via Sistema Único de Saúde (SUS), evitando com isso que os pacientes evoluam para situações de sequelas que podem ser evitadas”.

Ao abordar aspectos atuais do diagnóstico clínico da leishmaniose tegumentar e as estratégias de tratamento mais eficazes, a médica dermatologista Jackeline Maria de Sousa Lima Lopes, do SAE de Montes Claros, observou que os profissionais que atuam nos serviços de atenção primária à saúde desempenham função estratégica na identificação de pessoas acometidas pela doença.

“O Brasil e, nesse contexto o Norte de Minas, é área endêmica para a leishmaniose tegumentar. Trata-se de região com intensa transmissão da doença e, por isso, os profissionais das unidades básicas de saúde precisam sempre pensar em leishmaniose tegumentar quando uma pessoa procurar atendimento com queixa da existência de feridas no corpo que não cicatrizam há mais de três meses”, observou a médica.

O diagnóstico diferencial é fundamental para a identificação de um paciente com leishmaniose tegumentar, ponderou Jackeline Lopes, lembrando que pessoas que moram ou trabalham na zona rural, fazem trilhas, pescam ou caçam estão mais sujeitas a contrair a doença transmitida pelo mosquito palha.

A doença é de notificação compulsória e, em 2022, teve 12.878 casos registrados no Brasil. Na região Sudeste foram notificados 1.141 casos, sendo 932 em Minas Gerais. Na área de atuação da SRS de Montes Claros, em 2022, foram notificados 199 casos de leishmaniose tegumentar; 209 registros em 2023 e, neste ano, 34 casos.

Jackeline Lopes salienta que o diagnóstico laboratorial da leishmaniose tegumentar é o ideal para a definição do tratamento, “levando em conta a necessidade dos profissionais de saúde evitarem que os pacientes sofram efeitos adversos graves ou que ocorram desfechos desfavoráveis. Por esse motivo, a definição da conduta do tratamento deverá considerar as várias medicações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde; a espécie vetorial causadora da doença; a idade do paciente e a existência ou não de comorbidades”.

Além do diagnóstico e tratamento da leishmaniose tegumentar, a capacitação também abordou o papel dos profissionais de enfermagem no acolhimento e acompanhamento de pacientes, assunto este apresentado por Karine Suene Mendes Almeida, do SAE Ampliado de Montes Claros. Já o fluxo da disponibilização de medicações para os municípios foi apresentado por Kathiely Martins, referência técnica do Ministério da Saúde.

Doença é uma infecção grave e pode levar paciente à morte

Coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes explica que a leishmaniose é uma doença infecciosa grave, sistêmica e que pode causar a morte de pessoas se não for tratada. A doença é transmitida por mosquitos conhecidos como palha, tatuquiras, birigui, entre outros. No meio rural, os reservatórios silvestres da leishmaniose tegumentar são roedores, gambás, tatus, tamanduá e bicho preguiça. Já no meio urbano, os animais domésticos (cães e gatos), assim como as pessoas, são hospedeiros acidentais.

A leishmaniose tegumentar é uma doença infecciosa e se manifesta por meio do surgimento de úlceras ovaladas na pele; borda emoldurada; fundo granuloso e avermelhado. As feridas normalmente são indolores. Os principais sintomas são: febre de longa duração; aumento do fígado e baço; perda de peso; fraqueza; redução da força muscular e anemia.

Para a realização de exames, os pacientes residentes em Montes Claros são encaminhados para o Serviço Ambulatorial Especializado, sediado na Praça da Tecnologia, 77, Bairro São João. No local é feita a coleta do exame direto (raspado da lesão) ou PCR. Nas demais localidades esse procedimento é de responsabilidade das secretarias municipais de Saúde. As amostras também podem ser encaminhadas para análise no Laboratório Macrorregional da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), sediado em Montes Claros.

Profissionais são atualizados sobre diagnóstico da doença
O MOSQUITO palha é um dos vetores transmissores da leishmaniose tegumentar

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