A rede paranaense Bubble Mix planeja expandir o seu negócio em Minas Gerais, com previsão de lançar dez operações no Estado ainda este ano. Montes Claros poderá ganhar uma unidade. O projeto faz parte do plano de expansão da marca no Brasil, que tem como objetivo chegar a 100 unidades em todo País. A empresa possui mais de 80 lojas distribuídas por 17 estados brasileiros, sendo nove em Minas Gerais.
Dentre as cidades mineiras presentes no radar da rede de franquias especializada no mercado de bubble tea (chá de bolhas na tradução do inglês), estão Sete Lagoas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH); Uberlândia, no Triângulo Mineiro; e Juiz de Fora, na Zona da Mata. O CEO da Bubble Mix, Rogério Arcanjo, explica que essas cidades, com mais de 100 mil habitantes, oferecem maior potencial para encontrar bons investidores. Outros exemplos citados são Belo Horizonte e Uberaba.
No entanto, ele ressalta que a empresa não descarta a possibilidade de abrir novas lojas em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce; Ipatinga, no Vale do Aço; Montes Claros, no Norte de Minas; Divinópolis, na região Centro-Oeste do Estado, além de algumas cidades no Sul de Minas Gerais. Cidades menores, com cerca de 70 mil habitantes e a presença de shoppings, também podem apresentar boas oportunidades para a marca.
Arcanjo relata que o mercado mineiro deverá receber entre oito e dez das 45 operações estimadas pela Bubble Mix para a região Sudeste do Brasil. Dentre as características que motivaram essa decisão de expansão no mercado mineiro estão o tamanho do Estado e da população local, o grande número de municípios e a forte economia da região.
Outro aspecto que também incentivou essa ação de expandir a atuação da empresa em Minas Gerais é o aumento do consumo de produtos de origem asiática. “Isso é uma tendência mundial e o Brasil está recebendo isso muito bem. Nós também estamos percebendo isso no estado de Minas”, relata. Ele lembra que, no passado, a rede havia detectado no Estado um público mais conservador quanto ao consumo de novos produtos. Porém, esse cenário tem mudado nos últimos anos, com a população mineira estando mais aberta à cultura asiática.
O mercado de franquias brasileiro cresceu 19,1% no primeiro trimestre, atingindo faturamento de R$ 60,5 bilhões. No acumulado de doze meses, o setor cresceu 14,3%, chegando a R$ 250,3 bilhões de faturamento. Os dados fazem parte da pesquisa trimestral da Associação Brasileira de Franchising (ABF). Os 12 segmentos pesquisados cresceram no período, com destaque para Alimentação – Comércio e Distribuição, que teve alta de 43,9%, além de Food Service e Serviços e Outros Negócios, que apresentaram alta de 26,6% e 25,3%, respectivamente.
O que explica o crescimento no primeiro trimestre? Entre os fatores sazonais, a ABF destaca a Páscoa ter caído este ano no 1º trimestre, o que, associado a maior demanda por chocolates finos, trouxe grandes resultados para as franquias de chocolate.
“As redes de chocolate relataram um grande resultado na Páscoa, agregando ao desempenho do primeiro trimestre um faturamento significativo. A identificação de mais marcas atuando no setor e uma forte demanda no nicho de sorveterias e açaís, associada à onda de calor, também alavancaram o setor como um todo neste trimestre”, diz Tom Moreira Leite, presidente da ABF.
Outras justificativas são as mudanças nos gostos dos consumidores. O desejo por exclusividade, o declínio na popularidade dos ovos caseiros e a busca por alternativas mais saudáveis alavancaram o ticket médio das vendas no varejo.
“Esses fatores geram oportunidades para empresas que oferecem produtos mais refinados ou que atendam a preferências dietéticas específicas. O crescimento do nicho de mercados autônomos, a expansão do número de operações no geral e ações de marketing foram outros fatores que contribuíram”, diz Moreira Leite. Com 5.733 operações e 1,65 milhão de empregos diretos, as franquias em ruas continua predominando o mercado, e cresceram de 52,0% para 54,2% no primeiro trimestre. As operações em shopping centers também se mantiveram na segunda posição, com uma redução de 22,2% para 19,8%.