Entre 2018 e setembro deste ano foram realizados 858 testes para a detecção da raiva em morcegos capturados em municípios da área de atuação da SRS. Desse total, 27 testes foram positivos para a doença, sendo que 23 casos aconteceram entre 2021 e setembro deste ano.
Agna Menezes observa que “a saúde única é uma das grandes esperanças no combate efetivo da raiva no Brasil, uma vez que as mudanças no perfil epidemiológico de transmissão da doença nos últimos anos inseriram o morcego como importante transmissor desse vírus para as pessoas.
Desse modo, é de extrema importância que os profissionais que trabalham diretamente com os morcegos aprendam sobre as boas práticas de manejo, o que contribuirá para a melhoria das ações de vigilância e, consequentemente, proteção da população”.
O curso será aberto às 9 horas pelo presidente da Sociedade Brasileira para os Estudos de Quirópteros, Enrico Bernard, abordando o tema “Morcegos: vilões ou vítimas? A partir das 13 horas as atividades terão continuidade com apresentação dos aspectos básicos para a identificação de morcegos, com a utilização da chave de identificação da espécie. Na sequência será realizada aula prática sobre captura e identificação de morcegos.
Nesta sexta-feira, a partir das 9 horas, os veterinários Milton Formiga, Joel Fontes de Souza e Gilberto Ramalho Ferreira participarão de debate sobre “Morcegos e Saúde Única”.
Já a partir das 13 horas a referência técnica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS de Montes Claros, Amanda de Andrade Costa falará sobre atendimento antirrábico humano. Em seguida, haverá debate sobre as boas práticas de captura e manejo de morcegos e a partir das 17 horas será realizada a segunda aula prática.
A DOENÇA – A raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós-exposição ao vírus. A doença é transmitida às pessoas pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. A doença também pode ser transmitida pela arranhadura ou lambedura desses animais.
Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos da raiva, que duram em média de dois a dez dias. Nesse período, o paciente apresenta mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia.
Pode ocorrer inchaço, aumento da sensibilidade ao tato ou à dor, frio, calor, formigamento, agulhadas, adormecimento ou pressão no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura e alterações de comportamento.
A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como: ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados ou convulsões.