Diante dos incêndios que têm devastado lavouras em diversas regiões e biomas do Brasil, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está desenvolvendo uma linha de crédito específica para o replantio de cana-de-açúcar. Esta ação é uma resposta à necessidade de recuperação das áreas atingidas.
Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária, informou que a Secretaria de Política Agrícola (SPA) está avaliando os danos causados pelas queimadas na agricultura nacional. Após um diagnóstico preliminar, identificou-se a urgência de promover o replantio da cana-de-açúcar com foco na próxima safra.
“O Plano Safra atual, o maior já registrado, dispõe de recursos significativos para a agropecuária brasileira. No entanto, realizaremos um remanejamento para criar linhas de crédito específicas para o replantio de cana-de-açúcar”, afirmou Fávaro. A necessidade surge especialmente em São Paulo, onde lavouras, já colhidas e em fase vegetativa, foram destruídas pelo fogo.
A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) estima que aproximadamente 80 mil hectares de áreas de cana-de-açúcar e de rebrota foram queimados. O Brasil, maior produtor mundial de cana-de-açúcar e líder em exportações no setor sucroalcooleiro, registrou este ano exportações de açúcar em bruto que superaram US$ 8,69 bilhões, um recorde histórico.
Também mencionou que outras medidas para a recuperação das áreas afetadas estão sendo estudadas pelo Mapa. “Estamos dimensionando as perdas e, conforme as demandas surgirem, tomaremos as providências necessárias. Ainda há muito trabalho a ser feito”, ressaltou o ministro.
Além disso, ele destacou a importância de aumentar a conscientização sobre os efeitos das mudanças climáticas. “Estamos superando a crise no Rio Grande do Sul e enfrentando novos desafios devido à seca e queimadas. É crucial criar consciência sobre as mudanças climáticas, algo que o governo do presidente Lula está comprometido em abordar através de programas de conscientização e preservação ambiental”, concluiu.