O Ministério Público e o Corpo de Bombeiros já receberam o laudo técnico com manifestação favorável pela liberação do entorno do edifício Roma. O prédio, que fica em Montes Claros, foi interditado no dia 8 deste mês após apresentar problemas na estrutura. Residências e comércios em um raio de 60 metros foram esvaziados. O trânsito também segue fechado no local.
Segundo a construtora Turano, o documento foi elaborado por um dos mais experientes peritos independentes do país, que atua na área de recuperação e reforço de estruturas. O laudo foi entregue nessa segunda-feira (22/4) para o Corpo de Bombeiros e MPMG, que decidirão se as vias e os imóveis do entorno serão ou não liberados. Ainda não há um prazo para que isso ocorra. De acordo com a Turano, apenas a corporação e o MP tiveram acesso ao documento, já que alterações podem ser exigidas e a divulgação poderia frustrar as expectativas dos envolvidos na situação.
CONTEÚDO DO LAUDO – Conforme a empresa contratada, assim que o edifício foi interditado, a construtora solicitou análise do projeto estrutural original para verificar as causas do problema e o monitoramento da estrutura para permitir a entrada de funcionários para a execução do escoramento. Com a ajuda de um software, a empresa aponta ter identificado a seguinte situação:
“Deficiência de rigidez no núcleo composto pelos elevadores e escada, além de tensões de compressão elevadas em alguns pilares até o piso do 12º pavimento. Também foi constatado que, na transição dos pilares do 3º pavimento, onde a transmissão dos esforços e realizada diretamente pela placa da laje nervurada, as tensões de punção nos capiteis e as deformações do elemento portante estão maiores que os valores previsto na normativa técnica vigente.”
O laudo detectou que é provável que o problema tenha ocorrido por conta da “flexibilidade exacerbada da estrutura, associada as elevadas tensões de trabalho.” Após analisar o cenário, o documento diz “todas as não conformidades identificadas serão solucionadas por meio de reforço e recuperação da estrutura.”
Para decidir pela liberação do entorno, a empresa contratada destaca que considerou o escoramento já feito, a manutenção do prédio no prumo, a normalidade dos fatores climáticos e geológicos na região, a realização de intervenções seguindo as normas técnicas e que a circulação de veículos não interfere nas soluções de escoramento.
Já sobre a desinterdição do Roma, o laudo recomenda “a continuidade do monitoramento e a imediata execução do projeto de reforço estrutural, que se encontra em fase final de elaboração, visando a liberação segura e rápida para o retorno dos moradores.”