A Igreja Nossa Senhora do Rosário e as ruas de Montes Claros celebraram mais uma vez a festa da
Congada catrumana. Uma das mais importantes manifestações da cultura popular do Brasil – com mais de 200 anos – encantou a nossa população por uma semana. O FESTEJO com muita devoção à Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e ao Divino Espírito Santo, como manda a tradição, subdividiu com os seus Ternos representados pelos Catopês, Marujadas e Caboclinhos.
Na chegada da “Nau Catarineta” foi observado, com tristeza, a falta dos mestres Joaquim Poló, Anísio, João Faria, Miguel Sapateiro, Zanza, Zé Expedito e de outros que foram para o oriente eterno e estão alegrando os anjos e outros seres celestiais.
A nos dias de cortejos, a festa teve até transmissão ao vivo, desencadeando certo frenesi entre os telespectadores montes-clarenses aqui, e principalmente os ausentes. Muitos ligaram soluçando!
Enxurradas de mensagens de texto vindas de várias partes do mundo, evidenciando, obviamente, a empolgação com as grandes apresentações dos artistas da “congada” pelas ruas da Princesa do Norte. O mesmo comportamento era percebido pelo público atento que margeava as ruas.
Eles, os foliões, alunos dos mestres e foliões como Sr. Anísio do Roxo Verde, João Faria, Joaquim Poló, Miguel Sapateiro, Zanza e Zé Expedito, evidenciaram que os nortemineiros estão fortemente ligados ao folclore de forma empírica. Aliás, Montes Claros é obviamente um reduto da cultura.
É por meio da Arte e da Cultura impregnadas nos “Ternos da Congada” de Agosto que os turistas que chegam a Montes Claros têm o prazer de conhecer a nossa gastronomia. É a melhor maneira de experimentar comidas diferentes em um só lugar. Desde o feijão tropeiro até o tradicional arroz com pequi nas barraquinhas da Praça da Matriz.
Lembrando que é na baixada e na Praça Matriz (marco da história de Montes Claros), onde os turistas têm oportunidade de conhecer os locais, aprender sobre a nossa história e tradições.
Finalizando, nas últimas horas das Festas de Agosto, que Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e o Divino Espírito Santo se despediram se manifestando com uma forte ventania. Suas bandeiras na ponta dos mastros fervorosamente tremulando ao vento.
Salve João Farias; salve Zé Expedito; salve Zanza; Salve Anísio do Roxo Verde; salve Joaquim Poló; salve Miguel Sapateiro; salve Tone cachoeira; salve Tim Marujo e salve Mestra Socorro (a primeira mulher a conduzir um terno).
“Ô, Montes Claros, ô Montes Claros, terra de grande beleza, foi Arraial de Formigas e se transformou numa linda princesa”.
(*) José Ponciano Neto é escritor, historiador, membro-diretor financeiro da Academia Maçônica de Letras do Norte de Minas e membro do Instituto Histórico e Geográfico de Montes Claros (IHGMC).