A Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Geras (ALMG) promoveu audiência pública para debater a importância das feiras livres para o Estado, nessa quinta-feira (14), às 10 horas. O evento também tratou de um convênio para a realização mensal da Feira da Agricultura Familiar, no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira da ALMG, em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado (Emater-MG).
MUNICÍPIO – Em Montes Claros, várias feiras livres são realizadas há anos aos domingos de manhã, terça e quinta-feira, como a dos Bairros Major Prates, Delfino Magalhães, São José, nas Praças Flamarion Wanderley/ tarde/noite, e da Igreja Rosa Mística, no Jardim São Luiz, na BR-135, Cabeceiras, Maracanã e será criada ainda neste ano – na região do Grande Independência.
A reunião foi solicitada pelo deputado Antônio Carlos Arantes, que destacou a comercialização como um dos grandes gargalos enfrentados, atualmente, pelos agricultores familiares. “Tivemos um aumento da produção de pequenos produtores rurais, mas o gargalo agora é fora da porteira, na venda. As feiras abrem esse espaço de comercialização. Elas trazem ainda um ganho para o consumidor, que vai encontrar produtos de qualidade, frescos e saudáveis”, destacou.
O diretor-presidente da Emater-MG Otávio Maia concorda que é importante abrir mercados para o agricultor familiar como as feiras livres. “Temos que discutir estratégias de venda da produção agrícola. As feiras livres são uma forma de explorar o grande potencial da agricultura familiar, mas a empresa tem atuado ainda em outras frentes como os mercados institucionais, principalmente o Programa Nacional da Alimentação Escolar (PNAE)), e estamos desenvolvendo uma plataforma (market place) para a comercialização online desses produtos”, ressaltou.
Durante a audiência, o diretor de Infraestrutura da Emater-MG Vitório Freitas apresentou um levantamento sobre as feiras livres, em Minas Gerais. Dos 853 municípios mineiros, 614 deles possuem feiras como a da Praça central do município de Monte Azul, todas as sextas-feiras à noite. A maior parte das feiras é realizada uma vez por semana (73,49%) e os produtos hortifruti são os mais ofertados. “72,7% dos feirantes comercializam produtos in natura.
Já os produtos processados, que são os que geram maior ganho agregado para o produtor, são comercializados por apenas 27,22% dos feirantes. Nesse ponto, pretendemos trabalhar para incentivar o processamento, gerando mais emprego e renda para o produtor”, argumenta Vitório.
Para a audiência, foram chamados integrantes da Secretaria de Estado de Agricultura e Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), além de representantes de associações e sindicatos ligadas à agricultura e aos trabalhadores do setor e de projetos ligados à gastronomia. “A gourmetização da feira livre também tem se revelado uma forma de atrair novos públicos e ampliar os resultados para o feirante”, disse o superintendente de Abastecimento e Cooperativismo da Seapa, Gilson Sales.
Nessa quinta-feira (14), foi realizada ao longo de todo o dia a edição de setembro da Feira da Agricultura Familiar da ALMG, no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira. Nela, são comercializados cafés, queijos, doces, geleias, hortaliças, artesanatos e outros itens da agricultura familiar, de diversos municípios mineiros.
