Embora tenha recursos financeiros em caixa, a administração municipal não coloca em prática um plano de ação ou de gestão para solucionar os problemas da saúde em Montes Claros, que se agravam com o passar do tempo e deixam a população insegura quanto ao futuro que lhe é reservado. A colocação foi feita pelo deputado federal Paulo Guedes, pré-candidato do PT à Prefeitura, nas eleições de outubro próximo, ao participar de audiência pública na Câmara Municipal, na noite dessa segunda-feira, em que se discutiu a crise no setor, sobretudo na pediatria, que culminou com a morte de uma criança de 7 anos, há poucos dias, no Hospital Universitário Clemente de Faria da Unimontes.
Ao se manifestar na audiência, Paulo Guedes não economizou críticas à gestão do prefeito Humberto Souto, do Cidadania, frisando que ela prioriza alguns setores em prejuízo de outros essenciais, como a saúde, que não tem recebido a devida e necessária atenção ao longo dos dois mandatos consecutivos. Com exemplar do NOVO JORNAL DE NOTÍCIAS nas mãos, contendo matéria sobre a prestação quadrimestral de contas da Prefeitura na Câmara, como determina a Lei de Responsabilidade Fiscal (LFR), dando conta da existência de mais de R$ 364 milhões em caixa, o parlamentar questionou a falta de mais investimentos na saúde, visando a melhor ar a prestação de serviços à população.
Segundo ele, o problema não se registra por falta de dinheiro, mas por falta de gestão. Disse que vai procurar o Ministério da Saúde, em Brasília, para verificar a situação no tocante a repasse de recursos para a saúde em Montes Claros. Paulo Guedes pediu aos vereadores para também se mobilizar em defesa da população e fiscalizar a correta aplicação dos recursos públicos. Para ele, não se justifica passar mais de sete anos sem dar a devida atenção à saúde pública e somente agora, na reta final do mandato, as medidas aparecerem de forma improvisada. Lembra que há superávit ao longo dos anos.
“Participei da audiência pública na Câmara Municipal de Montes Claros nessa segunda-feira, em que discutimos o sucateamento do sistema de saúde em nossa cidade. A saúde se tornou o retrato fiel de uma gestão que não cuida das pessoas; os hospitais estão abandonados, há falta de pessoal em todos os setores, os profissionais são mal remunerados e a população está à mercê de um sistema covarde que abandona de crianças a idosos à própria sorte”, afirmou Paulo Guedes.
O petista frisou que, “mesmo com dinheiro suficiente em caixa, a administração não tem um plano de ação ou de gestão de crise para solucionar de vez os problemas que se arrastam há anos, deixando os cidadãos carentes de acesso pleno e atendimento de qualidade”. A reunião foi realizada para discutir basicamente a crise na pediatria, que provocou a morte de uma criança de 7 anos, procedente de Salinas, no Hospital Universitário Clemente de Faria.
O deputado chamou a atenção para o fato de que a saúde como um todo enfrenta crise na cidade, que é referência no setor para extensa área geográfica regional, estendendo-se até parte da Bahia. De acordo com Paulo Guedes, os hospitais também não contam com apoio mais concreto da Prefeitura e a prova disso é que todos estão superlotados, com pacientes nos corredores em busca de atendimento.
DECRETO – Paulo Guedes voltou a fazer referência ao recente decreto de situação de emergência na saúde, editado pelo Município, proibindo os hospitais de atenderem pacientes pediátricos de outros municípios. Paulo Guedes reafirma a inconstitucionalidade do decreto, porque o SUS determina tratamento isonômico a todas as pessoas. Disse que levou o fato ao conhecimento do secretário de Estado de Saúde, Fábio Bacheretti, pedindo que sejam tomadas as providências que o caso requer.