As mulheres vítimas de violência doméstica e familiar devem denunciar seus agressores, assim como toda a população e deixar de lado aquela frase “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, devemos, sim, meter a colher, afirmou Monique Morais Bicalho, que faz parte também da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM) em Montes Claros.
A delegada que estava acompanhada da investigadora Bruna, da DEAM, falou sobre a violência contra a mulher e as medidas adotadas pela Polícia Civil montes-clarense, durante palestra proferida na noite dessa segunda-feira (25), na sede do Rotary Club Montes Claros Liberdade, presidido por Fernando Dias Andrade, o Fernandão Anjo do Futuro. A psicóloga terapeuta Marta Oliveira de Medeiros proferiu palestra para dezenas de rotarianos, policiais militares, civis, penais e do Corpo de Bombeiros.
A delegada Monique Bicalho disse que os vários casos que chegam à DEAM são investigados, mas as vítimas de agressões e ameaças de morte por companheiros devem denunciá-los não somente na Delegacia de Polícia Civil, mas também ao Ministério Público, Centro de Referência de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência (CRAM), um espaço que tem o objetivo de oferecer atendimento humanizado a mulheres que enfrentam situações de violência, com atendimento psicossocial e acompanhamento jurídico, destacou.
Tanto a policial como a palestrante Marta de Medeiros, falou do problema a violência doméstica e a segunda mostrou dados alarmantes sobre a violência contra a mulher, que se agravou ainda mais com a pandemia da covid-19.
O feminicídio, as tentativas, agressões, lesões graves, leves, entre outros crimes aumentaram cerca de 35%. Mas existem, casos como “lua de mel” que os casais acabam se voltando e as agressões se repetem até casos mais graves colmo feminicídios, apontou a palestrante.
Elas afirmaram que é preciso denunciar os criminosos para combater o grave problema da violência contra a mulher que “simboliza a desumanidade, a falta de civilização e educação”. “Essa luta é de décadas”, disseram. Quando morre uma mulher, toda a sociedade perde. Quando a mulher sofre uma violência, toda a família sofre também”, afirmou a psicóloga, durante sua palestra.
O médico Farley Carneiro, presidente da Unimed – Norte de Minas, também externou sua preocupação em relação a violência contra a mulher, muitas das vezes mutilada ou morta por agressores dentro de casa. É preciso que haja consciência da população para denunciar casos como estes que são relatados quase todos os dias em Montes Claros e no Norte de Minas.
De acordo com a delegada Monique Bicalho, o CRAM funciona há alguns anos na cidade e conta com uma equipe multiprofissional, com psicólogos e assistentes sociais. Seu endereço é a Avenida Mestra Fininha, 715 – Centro. Denúncias de violência contra a mulher podem ser feitas pelo número 180.