Um homem, de 29 anos, foi assassinado a tiros e o corpo jogado dentro de uma cisterna com mais de 40 metros de profundidade às margens da BR-251, em Salinas, no Norte de Minas. A vítima estava desaparecida desde a manhã da última segunda-feira (12) e o corpo foi encontrado pela polícia na noite dessa terça (13). Um suspeito, de 43 anos, foi preso.
A Polícia Militar iniciou as buscas após ser procurada pela irmã da vítima que informou o desaparecimento e disse que o irmão estava recebendo dinheiro do suspeito para matar a ex-namorada dele. A vítima teria contado para a irmã que o suspeito já havia ordenado outros crimes contra a mulher, como atear fogo na casa dela e agressões.
No primeiro momento, a polícia foi até a casa da mulher (suporto alvo) e ela confirmou estar amedrontada porque, recentemente, teve a moto roubada, a casa incendiada e também foi agredida. A mulher contou aos policiais que teria recebido uma ligação da vítima afirmando que ele seria o autor dos crimes contra ela a mando de um outro homem, ex-marido dela. A mulher disse ainda que comprou uma arma com a intenção de se proteger.
Durante rastreamento, o suspeito foi localizado e negou envolvimento com o homicídio, mas segundo a PM, após ser indagado pela irmã da vítima, que acompanhava a ocorrência, o homem acabou confessando. Ele relatou aos policiais que cometeu o homicídio porque o homem ameaçava contar para a ex que era ele o mandante dos crimes contra ela e não seu ex-marido. O suspeito afirmou também que atirou na vítima usando a arma que a mulher tinha comprado para se defender, de acordo com a PM.
“A suspeita é de que o homem e a vítima [assassinada] se juntaram para cometer os crimes contra a mulher com a intenção de colocarem a culpa no ex-marido dela, que até então não tem relação com os fatos”, explicou o sargento Heverton Evaldo Oliveira Silva.
Após confessar o crime, o homem levou os policiais até o local onde o corpo havia sido ocultado. Ele contou que atraiu a vítima com a desculpa de que iriam consertar uma bomba. Enquanto a vítima olhava para o poço, ele efetuou dois disparos. Depois enrolou o corpo em um pedaço de papelão e jogou na cisterna, segundo a polícia.
O corpo foi resgatado por uma equipe dos bombeiros de Salinas. A Corporação informou que o buraco tinha 45 metros de profundidade e o resgate durou cerca de quatro horas. O suspeito foi levado para a delegacia e o caso será investigado pela Polícia Civil. A ex dele também foi conduzida para a delegacia.
O QUE DIZ A DEFESA – Em nota enviada a imprensa, o advogado de defesa do suspeito, Delmon Ferreira Sena, disse que as informações iniciais “não trazem na íntegra o que de fato teria acontecido”, o caso será investigado e o cliente “goza de presunção de inocência”.
NOTA NA ÍNTEGRA – A defesa manifesta que as primeiras informações recebidas não trazem na íntegra o que de fato teria acontecido, e que após tomar ciência de todos os atos será emitido novo parecer. Ressalto ainda que, necessário se faz uma investigação minuciosa pela Polícia Judiciária para apurar todos os fatos atribuídos ao indiciado que goza de presunção de inocência.
A defesa irá acompanhar o caso para emitir um parecer mais adequado ao caso, quando concluídos os trabalhos periciais pendentes, e o indiciado ser apresentado ao Juízo Natural que irá fazer as deliberações sobre o caso.
Neste momento a defesa técnica se inclina a garantir os direitos constitucionais do indiciado, promovendo o acompanhamento e todas as diligências necessárias para trazer a verdade real dos acontecimentos, que não podem ser colocados de maneira unilateral por apenas um órgão de segurança pública. Todo o caso será acompanhado passo a passo, tendo o indiciado em todo tempo sua defesa constitucional garantida. A defesa técnica constituída coloca-se a disposição para eventuais esclarecimentos.