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Com ajuda do Sol do Cerrado, Vale antecipa a meta de 100%

A Vale atingiu dois anos antes do previsto a meta de ter 100% da energia elétrica consumida por suas operações brasileiras provenientes de fontes renováveis.

A Vale atingiu dois anos antes do previsto a meta de ter 100% da energia elétrica consumida por suas operações brasileiras provenientes de fontes renováveis. A mineradora mira agora a redução das emissões de fósseis em suas minas e na infraestrutura de transporte. A empresa quer zerar as emissões líquidas de carbono até 2050, mas fixou metas intermediárias, como a de limpar o mix de energia elétrica que consome e de reduzir em um terço suas emissões na produção de minério até 2030.

Nas operações globais, a mineradora pretende atingir percentual em 2030 das operações brasileiras que estavam previstas para 2025 e foi atingida em 2023. Era a meta mais fácil, já que 94% da eletricidade comprada pela empresa já era renovável em 2017, ano base para definição das metas. A Vale tem participação em hidrelétricas e comprava parte de seu consumo do sistema interligado nacional, também majoritariamente, renovável.

Em 2023, iniciou as operações do parque solar Sol do Cerrado, em Jaíba, Norte de Minas Gerais, investimento de R$ 3 bilhões. É um dos maiores parques de energia solar da América Latina, com potência instalada de 766 megawatts-pico, equivalente ao consumo de uma cidade de 800 mil habitantes. O complexo atingiu a capacidade máxima em julho de 2023. Hoje, diz a diretora de Energia e Descarbonização da Vale, Ludmilla Nascimento, a matriz elétrica da empresa tem 80% da energia proveniente de hidrelétricas, 15% de energia solar e 5% de energia eólica.

Nas operações mundiais, a meta é atingir 100% de renováveis em 2030, considerando que a companhia opera em países com matriz ainda concentrada em combustíveis fósseis, como Omã e Malásia. No Brasil, os esforços da área de transição energética miram agora a descarbonização do chamado escopo1, que engloba emissões diretas de suas atividades industriais, incluindo minas, pelotizadoras e transporte dos produtos.

BIOCOMBUSTÍVEIS

Para o consumo de combustíveis fósseis em minas e ferrovias, a empresa estuda ampliar o uso de biocombustíveis e até a tecnologia da amônia verde, ainda em desenvolvimento. Nascimento diz que as soluções serão diferentes em diferentes unidades, de acordo com aspectos logísticos e de custos. “É um grande desafio, são mais de 38 unidades. Cada mina deve ser uma solução diferente”, afirma. “Etanol é uma delas, mais biodiesel é outra. Para algumas minas, pode ser eletrificação”.

ETANOL E AMÔNIA

Em 2023 a Vale assinou um acordo com a Wabtec para fornecimento de três locomotivas elétricas e o início de estudos para o desenvolvimento de um motor de locomotiva movido a amônia verde, que é produzida com o uso de fontes renováveis de energia. Uma parcela relevante das emissões da empresa, porém, é o uso do antracito, uma variedade do carvão, empelotizadoras, que são instalações que fazem a aglomeração do minério de ferro antes da venda.

Em2017, quando a Vale começou a elaborar seu plano de descarbonização, suas emissões somavam 12,2 milhões de toneladas de CO2 equivalente, um terço desse volume relacionado ao uso do antracito. A companhia vem desenvolvendo o uso de biocarvão, feito com biomassa, para substituir o combustível fóssil. “Já fizemos alguns testes e até o momento eles apresentaram resultados positivos em relação à qualidade”, afirma Nascimento. A executiva não informa os investimentos para cada ação do plano, que prevê algo entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões (cerca de R$20 bilhões a R$ 30 bilhões).

País supera a marca de 2 mi de residências com energia solar

O Brasil atingiu, no último dia 12, a marca de 2 milhões de sistemas de geração própria de energia solar instalados em imóveis residenciais, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ao todo, já são mais de 13,8 GW de potência instalada em telhados residenciais e que juntos beneficiam mais de 2,5 milhões de UCs (unidades consumidoras) abastecidas pela fonte solar em todo o país. Atualmente, a classe de consumo residencial já responde por quase 80% dos sistemas fotovoltaicos de micro e minigeração distribuída instalados em todo território nacional.

Em seguida vem as categorias comercial, rural e industrial, com 268,1 mil, 220,2 mil e 40 mil sistemas fotovoltaicos, respectivamente. De acordo com a Aneel, o Estado com o maior número de usinas de GD (geração distribuída) solar é São Paulo, com mais de 342 mil conexões estabelecidas em 100% de seus municípios. Rio Grande do Sul e Minas Gerais, com mais de 200 mil sistemas fotovoltaicos de GD solar, além do Paraná, Bahia e Rio de Janeiro (todos com mais 100 mil conexões residências) também são destaques na modalidade.

EXPANSÃO

Em fevereiro deste ano, o Instituto Brasileiro de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE) divulgou dados envolvendo a quantidade de domicílios que existem no país. Os números mostram que o Brasil conta com pouco mais de 72 milhões de domicílios, dos quais quase 60 milhões são do “tipo casa” – o que apenas evidencia que a GD solar ainda possui uma grande margem de crescimento no segmento residencial.

De acordo com Gustavo Tegon, diretor Institucional da BelEnergy e secretário de energia solar do Instituto Nacional de Energia Limpa (INA), muitos imóveis ainda podem e devem ser explorados pelos profissionais que atuam no setor, principalmente pelos integradores. “A energia solar se prova, mais uma vez, ser um investimento extremamente rentável e de acesso para todas as classes sociais no país. Atingimos essa enorme marca, sabendo que ainda temos milhões de unidades consumidoras para desenvolvermos novos projetos”, frisou ele.

PARQUE Sol do Cerrado, em Jaíba, ajudou a Vale a antecipar meta de 100%

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