A Acelen Renováveis, empresa de energia do Mubadala Capital, anuncia mais uma etapa importante do seu projeto inédito para produção de combustíveis renováveis. Com investimentos de U$$ 3 bi na primeira planta integrada, a companhia aposta na macaúba para produzir SAF e HVO, com projeção de gerar 85 mil empregos e U$$ 40 bi de impacto na economia brasileira, ao longo dos próximos 10 anos.
Nessa segunda-feira,11, a Acelen Renováveis lançou a primeira fase do programa Acelen Valoriza. A iniciativa é ancorada em estudos de viabilidade técnico-econômico-financeiro e socioambiental conduzidos pela FGV Europe (sediada em Colônia, Alemanha e braço internacional da Fundação Getúlio Vargas no Brasil). O programa visa fomentar o cultivo da macaúba em uma área inicial de 36 mil hectares —cerca de 20% dos 180 mil hectares totais — com apoio técnico e institucional aos produtores.
Nesta primeira etapa, cerca de 10 famílias de agricultores da região passarão a integrar o programa Acelen Valoriza. Elas serão capacitadas em práticas modernas de manejo da macaúba e contarão com suporte técnico, financeiro e sustentável. As famílias e os pequenos e médios produtores terão oportunidades de geração de renda e estímulo à permanência no campo, contribuindo para o desenvolvimento sustentável da região. A empresa prevê que a plena implementação do Acelen Valoriza aconteça já no primeiro semestre de 2026.
Luiz de Mendonça, CEO da Acelen Renováveis, explica que o modelo de parceria prevê o aproveitamento de áreas de pastagens degradadas, sem comprometer a produção agrícola tradicional. “Com o Acelen Valoriza, as áreas degradadas poderão ser utilizadas para o cultivo da macaúba concomitantemente com a produção de alimentos, enquanto a pastagem remanescente será aprimorada por meio da assistência técnica, promovendo uso eficiente da terra e sustentabilidade na produção”, afirma.
O executivo reforça ainda que a macaúba, planta nativa brasileira, quando consorciada com outras culturas anuais e perenes, garante uma produção contínua e geração de renda ao longo do ano, o que é altamente vantajoso para a agricultura familiar. Segundo ele, os agricultores selecionados terão acesso a diversos benefícios, entre eles, garantia de compra a preço de mercado, acesso às melhores mudas (desenvolvidas no Acelen Agripark – centro de inovação tecnológica agroindustrial da Acelen Renováveis, que está sendo construído em Montes Claros, Minas Gerais) consultoria financeira e pró-labore, antes mesmo da primeira safra. Além de acesso a um programa de assistência técnica e extensão rural vitalício.
O Valoriza vem se destacando ao impulsionar a recuperação de áreas degradadas por meio da produção de alimentos sustentáveis, aliada à geração de matéria-prima para biocombustíveis. “A iniciativa aposta no cultivo consorciado com a macaúba, que atua como elemento estratégico para viabilizar um modelo agrícola sustentável e integrado”, reforça Cleber Guarany, diretor associado da FGV Europe.
A presença da macaúba nesse sistema produtivo oferece ganhos ambientais e econômicos relevantes. Além de contribuir para a melhoria do solo e o controle de plantas invasoras, o modelo favorece o aproveitamento eficiente dos recursos naturais e da mão de obra. Com isso, promove não apenas a produção sustentável de alimentos e energia, mas também amplia as oportunidades de geração de renda no campo, fortalecendo a resiliência e a viabilidade econômica da agricultura familiar”.
Outro ponto importante é que o Acelen Valoriza permitirá a criação de hubs integrados, pois a cadeia produtiva será composta por fazendas próprias, produtores familiares e de média escala. O programa também busca alinhar as demandas dos produtores com as necessidades locais, garantindo oportunidades para ambas as partes. “Nossa biorrefinaria ficará próxima à Refinaria de Mataripe, na Bahia, e com isso poderemos utilizar toda a infraestrutura logística do Terminal de Madre de Deus (Temadre) para escoar nossos produtos ao mercado internacional”, afirma Luiz de Mendonça.