A audiência que discutiu as denúncias teve a presença do comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais, Carlos Frederico Otoni Garcia. O chefe da PM afirma que já solicitou estudos para entender o porquê da falta de pagamento das diárias. Ele ressaltou que parte da falta de pagamento se deve também ao momento financeiro vivido pelo estado.
“A PMMG enquanto órgão componente do estado tem que se adequar para que o estado possa se reerguer financeiramente, mas sem sacrificar o militar. Recomendei um estudo para ver onde esses custos de pagamento de diária estão sendo mais canalizados. Fiz isso para que possamos melhorar a gestão interna desses recursos”, ponderou.
Carlos Frederico explicou que há duas tabelas que podem ser usadas para determinar o valor da diária paga ao policial. Uma delas considera o salário do militar e determina que o valor de uma diária será o mesmo que um dia de trabalho do agente – pega o salário do policial e divide por 30.
A outra tabela está em uma resolução conjunta entre PMMG e Corpo de Bombeiros e leva em conta o município onde o militar vai trabalhar. O documento classifica os municípios em comuns (diária de R$ 258), especiais (R$ 362 a diária) e Belo Horizonte (R$ 470). Apesar de afirmar que a corporação sempre busca adotar o modelo mais vantajoso para os policiais, ele admitiu que tem havido diferenças nos valores pagos a policiais de parentes diferentes.
“Hoje de fato tem acontecido, pois em alguns casos a base é a tabela do dia de vencimento e logicamente por questões hierárquicas, quem esta em um cargo mais alto recebe maior salário e, consequentemente, maior valor da diária. Entendo que teremos que mudar alguma coisa para que tenhamos condições de pagar a diária integral, principalmente dos militares que estão na base da nossa pirâmide hierárquica e de salário”, diz.
A respeito da denúncia de intimidação a um militar de Pouso Alegre que exigiu o pagamento das diárias, Carlos Frederico afirmou que ainda precisa analisar a denúncia para tomar providências.
“Eu estaria sendo leviano se já trouxesse uma opinião, pois preciso me basear em todo o processo que existe na PMMG, pois há uma comunicação com a defesa, a denúncia passa por uma comissão. Eu preciso me inteirar melhore das circunstâncias em que ela aconteceu”, argumenta. O comandante- -geral da Polícia Militar de Minas Gerais afirma que os estudos sobre os pagamentos das diárias devem ficar prontos até 20 dias. A partir daí, segundo ele, devem ser tomadas providências para ajustar a situação, como remanejamento de recursos.