Na próxima sexta-feira (5), às 19 horas, acontecem homenagens ao terno de São Benedito, das Festas de Agosto, na Rua Treze de Maio, quarteirão da Rua Marechal Deodoro, próximo ao Mercado Central, perto do centro histórico de Montes Claros. O evento conta com apoio da secretária municipal de Cultura, Júnia Rebelo e da prefeitura.
Vários desfiles com as imagens de São Benedito serão realizados pelos festeiros e admiradores das Festas dos Marujos e Caboclinhos, uma grande tradição cultura montesclarense agora com destaq1ue no Carnaval do Rio de Janeiro durante os desfiles das escolas de samba e blocos carnavalescos cariocas realizados em fevereiro deste ano.
FESTAS – Para Ricardo Ribeiro, o imaginário revela muito de um tempo, um lugar e um povo. As festas populares de Montes Claros estão profundamente relacionadas aos cultos religiosos católicos. Muitos destes cultos somaram-se às tradições africanas em uma região de grande concentração de negros que viviam em quilombos, fazendas e cidades. O imaginário do Congado norte-mineiro expressa esta história e estas tradições.
Os Ternos de Congado de Montes Claros representados pelos Catopês, Marujos e Caboclinhos festejam e louvam Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Divino Espírito Santo. À frente de um dos mais antigos Ternos de Catopê da cidade temos o Terno de São Benedito com o Mestre Zé Expedito. A dissertação dele tem como objetivo descrever os Catopês do Terno de São Benedito, analisando as festas de agosto, o imaginário atual e ancestral desta manifestação em Montes Claros. Propomos um percurso histórico com o foco na dramaturgia expressa nas músicas e no corpo, entendidos como elementos simbólicos que revelam os rastros de uma tradição negra norte mineira, que é forjada no estar-junto dos espaços festivos. A metodologia desta pesquisa parte do trajeto pessoal e familiar e suas ressonâncias na tradição popular do extracotidiano do Terno de São Benedito dos Catopês de Montes Claros.
“Utilizamos para uma etnografia do Terno de Catopês, o trabalho de campo, a pesquisa bibliográfica e documental, somados à observação participante. Nosso horizonte teórico parte dos conceitos da Sociologia Compreensiva, Sociologia Interpretativa e da Etnocenologia, isto é, dos fenômenos cênicos presentes nas práticas espetaculares cotidianas organizadas. Buscamos ao longo da escrita um olhar do profissional da cena e seu encontro com a as dimensões da cultura popular”, descreve.
“Levantamos a hipótese que os Catopês revivem e instauram de rastros ancestrais, presentes no espetacular do corpo, de práticas extra-cotidianas e das dimensões ocultas nas festas. Os Catopês revelam a ancestralidade, recriando e revivendo a memória e o imaginário Congadeiro. Os negros morenos Catopês brincam através do cantar, do rezar, do dançar, do tocar e do estar junto nas ruas do sertão nortemineiro no mês de agosto”, afirma Ribeiro em sua dissertação.
Organizado pelo cabelereiro internacional e comerciante Sócrates Durães, da Mercearia Minas Gerais, a festa desta sexta-feira promete levar muitos grupos musicais e de catopês, na cidade. Maiores informações sobre as homenagens podem ser obtidas através do cel.: (38) 99965-5929, informou à reportagem do NOVO JORNAL DE NOTÍCIAS.