As operações da PF contra o esquema de contrabando de migrantes começaram após dois casos que tomaram repercussão internacional. Lenilda saiu de Vale do Paraíso (RO), em agosto de 2021, para atravessar a fronteira entre México e EUA. Ela e o grupo ficaram aproximadamente um mês em uma residência, esperando “o melhor momento” para fazer a travessia.
O grupo começou a atravessar o deserto dia 6 de setembro. Porém, no dia seguinte, ela já estava muito debilitada por conta do cansaço, sede, calor e fome. A filha dela contou que ela chegou a desmaiar de mal- -estar. Segundo suas últimas conversas com a família, sendo abandonada por amigos de infância com quem viajava e o coiote que deveria ajudar na sua travessia. Ela comentava que o grupo decidiu seguir viagem, mas prometeu que iria voltar para buscá-la.
ROUBADA E VIOLENTADA – Em dezembro de 2021, os familiares de uma jovem, de 24 anos, utilizaram as redes sociais para denunciar que ela tinha sido sequestrada, atacada e abandonada por coiotes durante a travessia do México para os EUA. Eles pediram ajuda para arrecadar dinheiro e pagar o tratamento da vítima que chegou a ficar em coma em um hospital do México. Segundo a Polícia Federal, ela foi roubada e estuprada por “coiotes”.
Na época, a descrição da vaquinha relatava que a jovem “caiu em mãos erradas, foi violentada de todas as formas” e foi encontrada em estado grave, amarrada, próximo a uma fazenda. O trajeto que a jovem tentou tinha a mesma estratégia dela: ir até o México através de uma empresa de viagem e depois tentar concluir o caminho a pé.