A Long-Term Bio, startup formada por professores e pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), conquistou o primeiro lugar no “Demo- Day” da maratona BioInova, parte do Mapa Conecta Brasil 2025, evento realizado pelo Ministério da Agri- cultura e Pecuária (Mapa). O desafio anual tem como foco inovação, investimentos e bioeconomia, reunindo iniciativas que transformam pesquisas científicas em soluções aplicáveis para o setor agropecuário.
Criada a partir de pesquisas conduzidas no Instituto de Ciências Agrárias (ICA) do campus Montes Claros, com parceria do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) em Belo Horizonte, a Long-Term Bio desenvolveu um bioinsumo que aumenta o prazo de validade de flores e frutos. Essa tecnologia contribui para reduzir perdas pós-colheita e facilita a logística de distribuição, oferecendo impacto positivo para produtores e consumidores.
Os fundadores da startup são os professores Elka Fabiana Aparecida, Júnio Cota Silva e Almeida, Silvia Nietsche, e a pesquisadora Sabrina Maiháve Barbosa Ramos, que realiza pós-doutorado na UFMG. A patente é compartilhada com a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) e a Embrapa, ampliando a cooperação institucional para consolidar a inovação.
A solução que embasa o bioinsumo tem origem na tese de doutorado “Uso de microrganismos na produção de mudas e conservação pós-colheita de frutos e flores ornamentais”, defendida em 2024 por Cintya Neves de Souza, na Pós-graduação em Microbiologia do ICB. A pesquisa contou com orientação dos professores Junio Cota, Elka Almeida, Silvia Nietsche e Luzia Valentina Modolo, e já havia sido premiada na edição anterior do BioInova. Segundo Junio Cota, a participação e a vitória no BioInova funcionam como um selo de qualidade, validando cientificamente a tecnologia e seu potencial comercial. Ele destaca que a startup representa uma empresa “deep tech”, baseada em pesquisa científica robusta, e que o reconhecimento traz motivação para transformar a pesquisa em produto que combate o desperdício de alimentos e fortalece o agronegócio.
No momento, a Long-Term Bio está em fase de validação pré-comercial, testando o bioinsumo em condições reais de campo com parceiros produtores. Essa etapa é essencial para comprovar a eficácia, estabilidade e viabilidade econômica da formulação. Após a validação, a startup pretende captar investimentos para aumentar a produção e iniciar a comercialização, ampliando o alcance da tecnologia no mercado nacional.
O projeto simboliza uma importante ponte entre a academia e o setor produtivo, mostrando que inovações científicas podem gerar soluções práticas e sustentáveis para desafios da bioeconomia no Brasil.