As coordenadorias de Vigilância Epidemiológica e de Saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros concluíram quinta-feira (13), em Janaúba, a realização de mais uma etapa de capacitação de 84 profissionais sobre as leishmanioses tegumentar e visceral. Os trabalhos conduzidos pela referência técnica, Arlete Lisboa Gonçalves, contaram com a participação de enfermeiros e agentes comunitários de saúde e de controle de endemias. Além de aspectos teóricos, foram realizados estudos de casos.
“A atualização periódica dos profissionais leva em conta a rotatividade ainda existente nos serviços municipais de saúde; a necessidade da busca ativa e identificação das pessoas acometidas por leishmaniose tegumentar e visceral, além da disponibilidade de tratamento em tempo oportuno via Sistema Único de Saúde (SUS). Com a identificação precoce de pessoas acometidas pela doença, evitamos que muitos pacientes evoluam para situações de saúde mais complicadas que deixam sequelas”, explica Arlete Lisboa.
Ao abordar aspectos atuais do diagnóstico clínico da leishmaniose tegumentar e as estratégias de tratamento mais eficazes, a referência técnica observa que os profissionais que atuam nos serviços de atenção primária à saúde desempenham função estratégica na identificação de pessoas acometidas pela doença.
“O Brasil e, nesse contexto o Norte de Minas, é área endêmica para a leishmaniose tegumentar. Trata-se de região com intensa transmissão da doença e, por isso, os profissionais das unidades básicas de saúde precisam sempre pensar em leishmaniose tegumentar quando uma pessoa procurar atendimento com queixa da existência de feridas no corpo que não cicatrizam há mais de três meses”, observa a referência técnica. Ela lembrou que pessoas que moram ou trabalham na zona rural, fazem trilhas, pescam e caçam estão mais sujeitas a contrair a doença transmitida pelo mosquito palha.
A doença é de notificação compulsória e, em 2022 teve 12.878 casos registrados no Brasil. Na região Sudeste foram notificados 1.141 casos, sendo 932 em Minas Gerais. Na área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros em 2022 foram notificados 199 casos de leishmaniose tegumentar; 209 registros em 2023 e, neste ano, 34 casos.
O diagnóstico laboratorial da leishmaniose tegumentar é o ideal para a definição do tratamento, levando em conta a necessidade dos profissionais de saúde evitarem que os pacientes sofram efeitos adversos graves ou que ocorram desfechos desfavoráveis. Por esse motivo, a definição da conduta do tratamento deverá considerar as várias medicações disponibilizadas pelo Ministério da Saúde; a espécie vetorial causadora da doença; a idade do paciente e a existência ou não de comorbidades.