Algumas cenas da nova novela “Caverna Encantada” do SBT foram gravadas no município de Januária, Norte de Minas. Por lá, os moradores estiveram reunidos em uma praça no centro da cidade para assistir à estreia. Isso porque é a primeira vez que o local vira cenário de uma produção tão grande no Parque Nacional do Peruaçu, com suas impressionantes cavernas, foi escolhido para representar a magia e o simbolismo central da trama.
A viagem começou pela estrada e atravessou o sertão mineiro. Para encarar a missão, tem que ter coragem: palavra que não falta no vocabulário da personagem Anna, interpretada pela atriz Mel Summers. Na trama de “A Caverna Encantada”, a menina de sete anos cresceu em meio às belas paisagens do Parque Nacional Cavernas do Peruaçu. O nome é de origem indígena e significa buraco grande. A novela é transmitida às 20h45, de segunda à sexta-feira.
A área de 56 mil hectares fica no Norte de Minas a 50 quilômetros do centro de Januária banhado pelo Rio São Francisco, o ‘Velho Chico’. Assim como a mãe, Anna quer ser uma arqueóloga. São os sítios arqueológicos que fazem a menina sonhar: são mais de 100 como espalhados pelo parque. Por trás da ficção, um pouco de história: o abrigo do Malhador é um importante centro de estudo.
No local, ainda é possível ver as estruturas de blocos de calcário que formavam as fogueiras. São indícios de vida humana de mais de 12 mil anos.
“Isso conecta a chegada dos grupos humanos na América, então é muito importante, porque conecta a nossa arqueologia com a arqueologia internacional. A arqueologia é isso, desvendar o passado”, afirma a arqueóloga Maria Jacqueline Rodet.
Os pesquisadores acreditam que os homens pré-históricos que habitaram o parque usavam pigmentos de origem mineral para dar cor às pinturas rupestres. Tintas que vinham das rochas e eram diluídas com o fogo. Eles também usavam ainda um fixador muito potente, que faz com que as pinturas resistam até hoje. A substância ainda é desconhecida.
O SBT entrevistou vários personagens de Januária, que fazem a história da cidade ribeirinha, que conserva patrimônio histórico antigo com seus casarões e figuras que contam a história de quando começou o município norte-mineiro localizado a 160 quilômetros de Montes Claros.
Para a caverna, são quase cinco quilômetros e muita disposição. Cerca de 100 metros só de descida. O local é uma unidade de conservação de proteção ambiental e está em processo de reconhecimento como patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), agência especializada das Nações Unidas (ONU) com sede em Paris, fundada em 4 de novembro de 1946 com o objetivo com o objetivo de garantir a paz por meio da cooperação intelectual entre as nações, acompanhando o desenvolvimento.
“Vários lugares do mundo têm cavernas, sítios arqueológicos, cânions, mas aqui, a forma como esses atrativos estão interligados, é muito diferenciada dos outros lugares”, diz Dayanne Sirqueira, chefe do Núcleo de Gestão Integrada do Peruaçu.
No ano passado, o parque recebeu 12 mil turistas. A entrada é gratuita. A Gruta do Janelão é a principal caverna do parque e uma das principais cavernas do Brasil. É nela que está a Perna da Bailarina, a maior estalactite do mundo. Ela tem o tamanho de um prédio de nove andares e está no livro dos recordes.
Parece ficção, mas a caverna encantada é mesmo real. A conduta de visitantes Camila Machado foi quem acompanhou a equipe durante as gravações. “Foram dois dias bem intensos de gravação e a gente viu a caverna com outro olhar. Foi um acerto muito grande, porque para nós é uma caverna encantada e a gente tem que mostrar essa caverna encantada pra todo mundo”, afirma.