O Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) anunciou nessa quinta-feira a retomada do financiamento a micro e pequenas empresas do setor do turismo do estado, por meio de linha de crédito exclusiva para o setor. O Fungetur garante a bares, restaurantes, pousadas, entre outros negócios dessa cadeia produtiva, o acesso a taxas reduzidas de 0,41% ao mês + INPC, com 48 meses para pagar.
Os valores irão impulsionar este setor que já é relevante para a economia mineira. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado lidera as atividades turísticas no Brasil nos últimos 12 meses. Desde 2019, o BDMG já atendeu 1,3 mil empresas ligadas ao turismo, com quase R$ 250 milhões em crédito.
O presidente em exercício do banco, Antônio Claret Júnior, explica que o crédito poderá ser utilizado como capital de giro, para investimentos ou aquisição de equipamentos. O pré-requisito para acessar o recurso é que a empresa tenha o Cadastro de Prestadores de Serviços do Turismo (Cadastur).
“As micro e pequenas empresas são os principais geradores de emprego do país e movimentam a cadeia de comércio e serviços. Esse recurso, nessas condições únicas, vai contribuir para que as empresas tenham total condição de manter o Estado no topo do turismo nacional”, afirma Claret, lembrando que em 2023 esse foi o setor que mais gerou empregos no estado.
APOIO AOS NEGÓCIOS – Além das taxas reduzidas, outro diferencial da linha Fungetur é a rapidez na contratação, que ocorre de forma totalmente digital. A análise é feita em até uma hora. Foram esses atrativos que chamaram a atenção do empreendedor André Simões Barbosa, proprietário da Hamburgueria Pão de Queijo Gourmet, na cidade histórica de Outro Preto, na região Central.
Localizada a poucos passos da Praça Tiradentes, no centro histórico da cidade que é uma das mais procuradas do Brasil por turistas, a hamburgueria atrai curiosos que desejam experimentar o sanduíche montado no pão de queijo. Inaugurado há 12 anos, o espaço ganhou móveis e cardápios novos, além de uma cozinha mais moderna, mudanças que só foram possíveis com o financiamento do BDMG.
“Temos um produto de qualidade, preço acessível, feito com produtos 100% artesanais. As mudanças na estrutura e no maquinário tiveram impacto no aumento de novos clientes, para cativar os antigos que gostam das novidades e, claro, no lucro. Também agradou aos funcionários, que estão mais estruturados”, conta.
Para o empresário, o crédito deu “um gás” no negócio. “Quando vi as taxas muito menores do que as do mercado e do que o meu capital rendia, vislumbrei a oportunidade de impulsionar a hamburgueria. A forma de aquisição foi rápida e fácil”, afirma já pensando em expandir o negócio para outras cidades que integram a Estrada Real.
Os financiamentos disponibilizados pelo BDMG via Fungetur são captados junto ao Ministério do Turismo, com as garantias do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), o que torna o acesso aos recursos facilitado para os empresários.
MINAS LIDERA RANKING – O crédito do banco contribui para fomentar as atividades de turismo em todas as regiões de Minas Gerais e está em sintonia com a descentralização das políticas públicas do Governo do Estado para o setor, que vem registrando desempenho acima da média nacional.
Segundo dados do IBGE divulgados em abril, Minas Gerais segue liderando o crescimento em atividades turísticas no Brasil. A alta é de 12,9% no acumulado nos últimos 12 meses, superior aos 4,9% registrado no país no mesmo período.
O resultado positivo é um dos reflexos das políticas da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), que lançou o programa Mais Turistas no último ano. As iniciativas adotadas fortaleceram o segmento que movimentou cerca de R$ 34 bilhões no estado em 2023, ano em que 31 milhões de turistas visitaram os destinos mineiros.
O anúncio de novas rotas turísticas ainda contribui para a geração de empregos, muitos deles no interior. Minas Gerais criou aproximadamente 50 mil empregos na economia da criatividade, o que corresponde a 26% de todos os 187.866 postos de trabalho gerados até novembro do ano passado, segundo dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O número colocou o segmento como o principal gerador empregos no Estado.