A Polícia Civil concluiu os inquéritos instaurados para investigação de três crimes de homicídios ocorridos em Montes Claros entre os meses de março e julho deste ano. O delegado Bruno Rezende repassou informações sobre os três casos, em entrevista coletiva na manhã dessa sexta-feira (15). Os inquéritos já foram encaminhados à Justiça com o indiciamento de quatro pessoas.
HOMEM MORTO PELO IRMÃO – Um dos crimes ocorreu na zona rural de Montes Claros no dia 25 de março. A vítima Adjalma Prates Fonseca, de 52 anos, ficou internado por 17 dias após ser agredido com golpes de foice pelo irmão e morreu na Santa Casa, no dia 12 de abril. As investigações da Delegacia de Homicídios constataram que o crime foi motivado depois de um desentendimento por conta de uma herança de família.
“Houve uma briga entre os irmãos por discussão de herança e de divisão de terras, identificou-se que havia uma divisão informal entre a família por falecimento dos genitores, há 26 anos. Há três anos, houve uma nova discussão para redivisão e a vítima teria se indignado e criado embaraços em relação a isso, o que gerou no dia dos fatos, uma discussão entre os dois irmãos, onde a vítima foi agredida na cabeça com uma foice”, disse o delegado Bruno Rezende.
O autor do crime foi indiciado por homicídio duplamente qualificado e o delegado representou pela prisão preventiva dele e aguarda a decisão do poder judiciário.
NA PORTA DA CASA DA EX – Em junho deste ano, um homem, de 31 anos, foi morto a facadas, no Bairro Santa Rita, após tentar invadir a casa da ex-namorada. A mulher estava no imóvel acompanhada de alguns amigos, que foram ameaçados pela vítima.
“Essa vítima compareceu ao local de maneira violenta, tentou entrar forçadamente, arremessou objetos e uma lata de tinta e ameaçou os presentes. Durante essa discussão, duas pessoas que frequentavam a casa tiveram participação efetiva na morte dessa vítima, que foi atingida com um golpe de faca, nas proximidades da casa”, falou o delegado.
O delegado explicou que o autor da facada, de 22 anos, e um homem, de 34, que teria entregado o objeto para ele foram indiciados e vão responder pelo crime em liberdade. Os dois homens não tinham antecedentes criminais. No dia dos fatos, a PM informou que o atual namorado da mulher teria envolvimento no crime, mas as investigações descartaram essa hipótese.
“Havia informações de que o atual namorado estaria no local, o que foi por ele e por todas as testemunhas negado. As apurações confirmaram que ele efetivamente não estava no local no momento das discussões e nem na hora do atentado”.
VOLUME DE SOM – No dia 3 de julho, dois irmãos, de 33 e 38 anos, foram baleados no Bairro Monte Sião e um deles morreu no local após ser atingido na cabeça. A outra vítima foi socorrida pelo Samu com ferimentos no punho e no ombro. O crime ocorreu após um desentendimento com um vizinho por conta do volume de um som.
“Ele (investigado) foi indiciado por tentativa de homicídio e por homicídio qualificado pelo motivo fútil pela discussão havida pela questão do som aumentado em relação aos vizinhos, pelo perigo comum por efetuar disparo de arma de fogo em via pública com risco a terceiros e por dificultar a defesa das vítimas. […] A alegação inicial do autor de legítima defesa não se confirma nas investigações, pelos depoimentos das testemunhas que afastam a possibilidade das vítimas terem atentado contra o autor ou estarem portando algum objeto”, destacou o delegado Bruno Rezende.
A partir da representação da Polícia Civil, a Justiça expediu um mandado de prisão preventiva e de busca e apreensão contra o investigado, que é considerado foragido. “A Polícia Civil efetuou o cumprimento na casa de um familiar nessa quinta, o autor não foi localizado e a arma do crime também não foi encontrada, mas se confirmou que ele esteve ali por um tempo, mas por orientação da defesa está em local incerto na região metropolitana de Belo Horizonte”. Ainda segundo o delegado, o investigado saiu da cidade porque corria risco de vida.
“O autor não está em Montes Claros por orientação da defesa pelo risco que ele corre com a sua família. Logo após o crime, vizinhos e pessoas do bairro revoltadas pela comoção dos fatos teriam praticado danos na residência do autor e teriam procurado o suspeito e seus familiares na casa de outras pessoas. […] Não houve por parte do autor e da sua família solicitação junto a delegacia de homicídios ou a Polícia Civil, em relação a investigação sobre esses danos e consequências em relação a residência”.