O Black Friday deste ano chega em um cenário pouco favorável ao consumo: os juros estão no nível mais alto desde a popularização da data no Brasil, em 2010. A última sexta-feira do mês será estendida até domingo. Mesmo assim, as projeções mostram que o varejo digital deve registrar um desempenho histórico, com diferentes entidades apontando altas expressivas no faturamento.
CDL
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Montes Claros, Ernandes Ferreira da Silva, a previsão de aumento nas vendas durante o Black Friday até o Natal pode chegar a 5,5%. Para ele, os lojistas investiram muito em compra de mercadorias e este ano não será diferente, afirma otimista o empresário montes-Clarence.
PRÊMIOS
A Campanha Premiada da CDL também tem sido muito divulgada para fortalecer o comércio local, destaca Ernandes Ferreira. Inclusive, há carros de som pelo centro e toda a cidade. São 9 mil cupons de compra e sorteio de motos e aparelhos eletrônicos, Iphone, entre outros.
Até domingo (3), deve chegar a R$ 11 bilhões entre quarta-feira (26), e domingo (30), em todo o país. O valor representa um avanço de 17% na comparação anual, com destaque para categorias como saúde, esporte e lazer, automotivo e beleza resultando numa alta de 14,74% sobre 2024, quando o e-commerce registrou R$ 11,63 bilhões em vendas.
Esses números chamam atenção porque esta será a edição com a taxa básica de juros mais alta da história da Black Friday no país. A Selic está em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. Ainda assim, o varejo online já movimentou R$ 29 bilhões entre 1º e 21 de novembro, um crescimento de 32% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado de 2025, o setor avança 18%.
Consumidor mais racional e experiente O desempenho positivo está diretamente ligado à mudança de comportamento do consumidor. Um levantamento do Instituto Locomotiva e Question Pro, baseado em 1.500 entrevistas em todo o país, mostra que o brasileiro chega à mais racional, planejado e experiente.
Entre eles, 72% monitoram preços antecipadamente e 75% pesquisam antes de fechar a compra. Além disso, 69% dão preferência a marcas que já conhecem.
Segundo Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva, essa maturidade é resultado de experiência acumulada, não dos juros. Ele afirma que o consumidor está mais atento às variações de preço e menos suscetível a falsas. “O dinheiro continua difícil de conquistar, e isso reforça o planejamento”, observa.
Os jursos seguem sendo o principal freio, especialmente quando há atraso nas parcelas ou estouro do orçamento. Ainda assim, quando o desconto é real, o consumidor considera o gasto justificável durante esse período, visto como uma “licença poética para consumir”.
A pesquisa também indica que roupas, acessórios e beleza lideram o desejo de compra. A preocupação com golpes faz crescer a busca por lojas com boa reputação, enquanto famílias com filhos e mulheres são as que mais usam a data para antecipar compras.
A Abiacom reforça que novembro se tornou um período estendido de ofertas, impulsionado por evento e esse movimento já aparece nos números do BTG Pactual: até 20 de novembro, o volume de vendas online cresceu 27% no mês, enquanto o faturamento avançou quase 40%.
Só no 11/11, o volume de pedidos online subiu 65% em relação ao ano passado, o que levanta dúvidas sobre possíveis impactos nas vendas de Natal e até na própria Black Friday.
Com a expectativa de um evento histórico, as principais plataformas reforçaram estratégias para atrair consumidores e ganhar participação.