Um relato fornecido durante um culto em uma igreja ajudou na identificação de um motorista envolvido em um acidente que terminou com a morte do motociclista Vitor Miguel Santos Silva, de 19 anos, no Bairro Independência, em Montes Claros.
Com a identificação, a Polícia Civil concluiu, nessa quarta-feira (4), o inquérito que investigava o atropelamento. O suspeito, de 42 anos, foi indiciado por homicídio culposo e omissão de socorro.
O acidente foi registrado no dia 8 de julho deste ano. Após o sinistro, o suspeito fugiu sem prestar socorro à vítima que morreu dias após o fato no hospital. Sobre o acidente, a perícia da Polícia Civil constatou que Vitor Miguel estava pilotando uma motocicleta quando colidiu com o carro que vinha na direção contrária. O laudo técnico apontou que o veículo do suspeito adentrou na rua lateral sem reduzir as marchas ou frear, chocando com a vítima, que transitava na direção contrária.
Logo depois, o motorista do carro fugiu do local sem prestar socorro, e uma unidade do Samu foi solicitada por testemunhas. Vitor foi socorrido inconsciente e faleceu no dia 14 de agosto, em decorrência de politraumatismo e infecção generalizada.
A delegada Francielle Drumond, que conduziu as investigações, informou que após levantamentos e análises de câmeras de segurança, os policiais da 3ª Delegacia em Montes Claros identificaram o modelo e a cor do carro envolvido no acidente, contudo, não conseguiram identificar a placa.
Segundo a delegada, o apelo da família na mídia em busca da identificação do motorista e a comoção da população possibilitou que a unidade policial recepcionasse informações sobre o acidente, resultando com a identificação do suspeito.
Durante os levantamentos, a equipe descobriu, ainda, que ele teria dado seu testemunho em uma igreja no Independência, onde contou sobre o acidente e pediu orações para que não fosse preso. O veículo conduzido pelo suspeito pertence ao sogro dele e foi localizado no povoado de Pedraria, distrito de Senador Mourão, próximo à cidade de Diamantina.
Ela salienta que o carro estava danificado desde o dia do acidente passou por perícia. “Em nenhum momento, após o acidente, o suspeito procurou a polícia para esclarecer os fatos. Inclusive, durante entrevista, ele exerceu o direito de permanecer em silêncio e falar somente em juízo”, contou. O inquérito foi enviado para a Justiça e, além do processo criminal, ele responde a um procedimento administrativo que pode resultar na suspensão ou cassação de sua carteira de habilitação.