O Ministério dos Transportes confirmou para março de 2026 o leilão de concessão do lote conhecido como Rotas Gerais, que abrange trechos da BR-251, entre Montes Claros e a divisa com a Bahia, e da BR-116, entre Governador Valadares e Divisa Alegre. Ao todo, serão 734,9 quilômetros de rodovias incluídos no processo. O edital está previsto para ser concluído em dezembro deste ano.
A Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams) manifesta preocupação quanto à definição do cronograma das obras, considerando que 2026 será um ano eleitoral, período em que, tradicionalmente, ocorre a desaceleração de ações governamentais. O presidente da entidade e prefeito de São João da Lagoa, Ronaldo Soares Mota Dias, ressaltou a relevância dos investimentos e reforçou o apelo por atenção especial do governo federal.
“A duplicação e a modernização da BR-251 e da BR-116 são essenciais para reduzir acidentes, garantir maior segurança aos usuários e impulsionar o desenvolvimento econômico do Norte de Minas. Nosso receio é que o calendário eleitoral provoque novos atrasos. Por isso, convidamos o ministro Renan Filho a vir a Montes Claros para lançar o edital da BR-251 e a ordem de serviço da BR135, no trecho entre Itacarambi e Manga. Precisamos assegurar que essas obras avancem em benefício da população, sem serem impactadas pelo cenário político”, disse.
Ronaldo Soares Mota Dias concluiu: vale lembrar que, inicialmente, apenas 24 km seriam duplicados. Após a manifestação da Amams, que reivindicou uma extensão maior, o projeto passou para 42 km. Foi um avanço importante, mas ainda insuficiente. Continuamos na luta por uma BR-251 mais segura e compatível com a demanda da região.”
Os estudos da BR-251 foram iniciados em fevereiro de 2024 e concluídos em novembro do mesmo ano. As consultas públicas se encerraram em dezembro de 2024, com audiência realizada na sede da Amams. Em junho de 2025, o projeto técnico foi encaminhado ao Tribunal de Contas da União (TCU), que ainda não emitiu parecer.
Em outubro de 2025, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) aprovou, por meio da Resolução nº 347, a modalidade operacional e as condições mínimas para a concessão das rodovias. O leilão será internacional, com critério de julgamento pelo menor valor de tarifa de pedágio. O prazo da concessão será de 30 anos, prorrogável por igual período.
Segundo a Agência Nacional de Infraestrutura Terrestre (ANTT), os investimentos previstos somam R$ 12,4 bilhões ao longo da concessão. As obras incluem duplicação de trechos críticos, implantação de acostamentos, sinalização, passarelas, postos de pesagem, além de serviços médicos, mecânicos e iluminação. O governo estima a geração de 127 mil empregos diretos.