Um motociclista, de 22 anos, ficou gravemente ferido em um acidente com um carro na BR-251, em Grão Mogol, no Norte de Minas, no fim da tarde dessa segunda-feira (22). Segundo informações da Polícia Rodoviária Federal, o automóvel seguia sentido Salinas/ Montes Claros e o motociclista estava no acostamento. Posteriormente, ele atravessou a pista e foi atingido pelo carro.
O jovem foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência (Samu) e levado para o hospital de Salinas. De acordo com a assessoria do órgão, a vítima estava com fratura exposta no fêmur e suspeita de fratura no braço direito. Ele foi imobilizado e medicado antes de ser levado para o hospital. O motorista não sofreu ferimentos e o veículo estava com documentação regular.
O aumento do número de acidentes envolvendo motos acendeu um alerta para o problema da segurança no trânsito em toda Minas Gerais. Segundo dados do Observatório da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 15 pessoas são atropeladas por dia em todo o Estado. De acordo com especialistas, a imprudência no trânsito, o abuso do uso de celular e o aumento do serviço de mototáxi tem provocado alta dos casos.
O levantamento da Sejusp indica que, há três anos, o número de atropelamentos em Minas Gerais vem crescendo em escalada. Em 2020, 4.709 pessoas foram atropeladas no Estado – 13 por dia. Já em 2023, foram 5.392 vítimas – 15 por dia, o que representa um aumento de 15%. “Nós relacionamos esse número muito à imprudência, e tanto o lado do pedestre quanto do condutor tem sua responsabilidade. O pedestre que não procura atravessar no local adequado e seguro está colocando sua vida em risco”, alerta o tenente Henrique Barcellos, porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, órgão que atende às ocorrências no trânsito.
Para o médico de tráfego e diretor da Associação Mineira de Medicina do Tráfego (Ammetra), Alysson Coimbra, o pedestre precisa sempre agir ciente que o comportamento dos veículos pode surpreender. “O certo é que os condutores cuidem dos pedestres, mas nem sempre isso acontece. As pessoas precisam desconfiar, porque se o condutor estiver acima do limite de velocidade, estiver dividindo a atenção entre trânsito e celular, avançar o sinal, por exemplo, pode causar acidentes mais graves”, aconselha.
O especialista cita três inimigos da segurança no trânsito: a imprudência, a impaciência e a desatenção. “As mortes no trânsito são resultado, normalmente, dessas três coisas. Não atravessar na faixa, não esperar o sinal ficar livre, atravessar desatento, com fones, sem ouvir o barulho da rua, tudo isso é perigoso. Nós estamos observando essa manutenção da vulnerabilidade dos pedestres”, avalia.