Depois de mobilizar entidades de classe e instituições de Montes Claros, o próximo passo do Conselho de Veneráveis do Norte de Minas (Convenorte) será mobilizar a Bancada do Norte de Minas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, visando a buscar o apoio político necessário para que o governo do Estado invista na construção do Hospital Regional do Trauma, de fundamental importância para melhorar a prestação de serviços de saúde no Norte de Minas. A representação regional na Câmara dos Deputados também será acionada com o mesmo objetivo. A palavra de ordem é concentrar esforços para criar perspectivas de executar o empreendimento, cuja previsão é consumir recursos da ordem de R$ 300 milhões, a serem garantidos pelo estado.
A intensificação da campanha, visando a união de forças de todos os segmentos da sociedade em defesa do projeto foi unanimidade na reunião com representantes de entidades de classe, na tarde dessa segunda- -feira, na sede da Regional Norte da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Mais uma vez, o ex-superintendente da Santa Casa, Samuel Figueira, idealizador do projeto, fez questão de apresentá-lo com detalhes, destacando sua extrema relevância para toda a região. Disse que a construção se justifica ainda mais pelo fato de Montes Claros ser o segundo entroncamento rodoviário do país, com risco permanente de acidentes graves, em função do crescente tráfego de veículos leves e pesados, sobretudo pela BR-251, que demanda ao Nordeste brasileiro.
O ex-superintendente voltou a defender, reiteradas vezes, que o projeto só sairá do papel se houver a devida e necessária mobilização da sociedade de Montes Claros, visando exigir do governo do Estado que disponibilize dos recursos necessários ao início das obras. Lembra que o projeto foi elaborado pela Santa Casa há cerca de 15 anos, em que houve a negociação de terreno com o Município, no bairro Planalto, para receber o hospital. Segundo ele, o imóvel avaliado hoje em R$ 10 milhões foi transferido ao governo do Estado como exigência para a viabilidade do projeto, mas como isso não ocorreu, o estado o devolveu à Santa Casa.
Presidente do Convenorte, o venerável da Loja Maçônica União, Paz e Justiça, deixou claro que a campanha será intensificada, com a busca de apoio dos diferentes setores da sociedade montes-clarense, visando a pressionar o governo a se manifestar em relação ao Hospital Regional do Trauma. Disse que o próximo passo será acionar a Bancada do Norte de Minas na Assembleia Legislativa para defender a iniciativa efetivamente junto ao governador Romeu Zema. Ele chama atenção para o fato de que, há poucos dias, o projeto foi apresentado em reunião em Montes Claros, ao Procurador- -Geral de Justiça de Minas Gerais, Jarbas Soares Júnior, que se comprometeu em apoiá-lo, mas vê o suporte político como fundamental para criar perspectivas de executá-lo.
Superintendente da Santa Casa, Maurício Sérgio Souza e Silva reafirma a importância do Hospital do Trauma no contexto da saúde regional e defende mais uma vez a mobilização política para se transformar este sonho em realidade. Lembra que ele e Samuel Figueira discutiram o projeto recentemente em Belo Horizonte, com o presidente e a 1ª vice-presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Martins Leite, do MDB e Leninha, do PT, respectivamente. Diretor da Associação Comercial, Industrial e de Serviços (ACI), professor Marcos Fábio Oliveira também defendeu a mobilização política como essencial ao projeto, o mesmo ocorrendo com representantes do Rotary e Lions, Felicidade Tupinambá e Jeferson Tolentino Trindade.
Representante da Loja Maçônica Estrela do Norte, o jornalista e empresário Hélio Machado cumprimentou Samuel Figueira pela dedicação ao projeto, na luta para concretizá-lo e também ao presidente do Convenorte, Ramon Ribas, por retomar a campanha de mobilização em defesa do empreendimento. Criticou a postura da Banca do Norte de Minas na Assembleia Legislativa ao frisar que não se tem notícia de que deputados da região tenham usado a tribuna, nos últimos meses, para cobrar do governo do estado ações proativas direcionadas ao Hospital do Trauma.
O jornalista/empresário condenou o estado letárgico dos parlamentares e o que chamou de descriminação do governo Romeu Zema, que na campanha pela eleição se comprometeu em construir o hospital, não o fez e não sinaliza que vá fazê-lo no segundo mandato consecutivo, conquistado no primeiro turno nas eleições de 2022. Lembra que o estado retomou as obras dos hospitais regionais que estavam paralisadas, mas não se fala nada quando se trata de Montes
Claros, confirmando que não dispensa tratamento isonômico às diferentes regiões de Minas, cada uma com suas peculiaridades. “Até parece que falar sobre o Hospital do Trauma virou algo proibido”, reclama. Defendeu a realização de protesto das lideranças montes-clarenses na Cidade Administrativa, no sentido de pressionar o governador a se manifestar sobre o projeto. “Zema deve satisfação à nossa cidade sobre este hospital”, conclui.