Um levantamento nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revela que 74% dos empresários do setor estão otimistas quanto ao Dia dos Namorados, a ser celebrado nesta quarta. Eles estimam o aumento no faturamento em comparação com a mesma data de 2023 e, de acordo com a entidade, mais de dois terços (66%) esperam faturar até 30% a mais neste ano.
Os estabelecimentos se preparam para receber os casais na próxima semana e criam estratégias para atrair e fidelizar os clientes. É o caso do restaurante Pereira, que segundo o seu sócio, o empresário Rodrigo Gomes, espera um incremento em relação ao ano anterior. “Como estamos participando, vamos usar esse atrativo para atender alguns clientes, além do nosso cardápio da casa”, aponta.
Segundo Leandro Menezes, o Dia dos Namorados está entre as datas de maior faturamento para o segmento de alimentação fora do lar, afinal, toda experiência desse dia passa por ao menos um momento compartilhando uma refeição, como expressão de amor e afeto. “Conforme pesquisa realizada no último mês de maio, cerca de 67% dos estabelecimentos esperam faturar mais quando comparado ao mesmo dia do ano anterior. Ainda na pesquisa, a maior parte prevê faturar entre 5% e 20% a mais”, explica Menezes.
No panorama nacional, para 60% dos bares e restaurantes brasileiros, a data comemorativa é considerada importante ou muito importante para o faturamento em Montes Claros e no Norte de Minas. “O Dia dos Namorados é uma data crucial para muitos estabelecimentos, e estamos confiantes de que este ano trará resultados positivos na maioria do país. No entanto, é claro que temos de citar o Rio Grande do Sul, onde a situação é gravíssima e precisa de atenção”, afirma Paulo Solmucci, presidente nacional da Abrasel.
Sobre os desafios a serem enfrentados por empresários do setor, em todas as regiões do país, a pesquisa nacional da Abrasel aponta que, em abril de 2024, 26% dos estabelecimentos trabalharam com prejuízo no Brasil; além disso, 40% dos empresários admitiram ter pagamentos em atraso, como impostos e empréstimos bancários. “A inflação continua sendo um desafio significativo, e muitos empresários estão lutando para ajustar seus preços sem perder clientes”, acrescenta Solmucci.
O cenário é semelhante e, de acordo com o presidente, o grande desafio desde a pandemia é trabalhar com lucro. “Desde que iniciamos a Pesquisa (no retorno da Pandemia) temos uma média de 70% das empresas trabalhando com prejuízo ou sem lucro. A subida nos preços dos alimentos, da energia, água, embalagens, dentre outros, pressionam o resultado para um patamar negativo. E isso tem agravado o endividamento contraído com a pandemia. Hoje temos 57% das empresas endividadas, e sem conseguir pagar os empréstimos contratados na pandemia”, explica Menezes.
Ele corrobora com a análise da entidade nacional e afirma que, sem dúvidas, a inflação está minando o lucro dos restaurantes. “Nas centrais de abastecimento, nos atacadistas, nos grandes distribuidores percebemos a inflação crescendo, ao contrário do que indicam os índices oficiais. Por outro lado, percebemos que a renda do trabalhador não subiu na mesma proporção, e como resultado, não conseguimos repassar a inflação nos cardápios, com receio de perder clientes e faturamento”, detalha o presidente.