“Com a ajuda de um grupo de trilheiros, que dá suporte a essas pessoas para que elas vivam novas experiências, Bianca foi até o mirante Três Pedras, no Alto do Parque, e percorreu dois quilômetros até a cachoeira do Pitangueiras, e depois voltou para a sede do parque. Com a cadeira é possível fazer o passeio na parte de baixo do Rola-Moça, onde é mais plano e tranquilo. Com a ajuda desse grupo, ela conseguiu ir além com a cadeira e foi fantástico”, comenta o gerente do Parque Rola Moça, Henri Collet.
Warley Gomes de Oliveira é um dos trilheiros que ajudou Bianca nesse passeio. Ele conta que faz parte desse grupo e sempre quer incluir alguém nas trilhas que faz. “Essa cadeira em nossa Serra do Rola-Moça é uma grande conquista, uma vez que é bem prática para incluirmos em trilhas leves. Duas pessoas conseguem transpô-la tranquilamente”, diz. Sobre a experiência com Bianca, ele diz que o conforto da cadeira fez a diferença. “Foi uma energia surreal”. “Foi uma experiência que nunca imaginei passar. Eu amei”, disse Bianca.
Para além da garantia de direitos, a inclusão deste público se constitui ainda uma grande oportunidade econômica, segundo estima o IEF. De acordo com dados do ICMBio, mais de 1 milhão de visitas anuais por pessoas com deficiência poderiam se somar aos cerca de 15 milhões já registrados anualmente nas unidades de conservação federais.
De acordo com a Organização Mundial do Turismo, o público que busca destinos acessíveis já chega a 12% da população de países como Austrália e Reino Unido. Nos EUA, uma das referências mundiais na promoção da acessibilidade, estima-se que o consumo por parte dos visitantes com deficiência seja da ordem de US$ 129 por dia, e o turismo acessível tem potencial de geração de US$ 3,6 bilhões em receita anual nos parques americanos, conforme divulgado pelo Instituto Semeia.
Unidades de conservação que possuem cadeiras adaptadas
Parque Estadual do Itacolomi (Ouro Preto e Mariana);
Parque Estadual da Serra do Rola Moça (Belo Horizonte, Brumadinho, Ibirité, Nova Lima);
Parque Estadual Mata do Limoeiro (Itabira);
Estação Ecológica Água Limpa (Cataguases);
Parque Estadual do Rio Preto (São Gonçalo do Rio Preto);
Parque Estadual Pico do Itambé (Santo Antônio do Itambé, Serro e Serra Azul de Minas);
Parque Estadual da Lapa Grande (Montes Claros);
Parque Estadual do Rio Doce (Marliéria, Dionísio, Timóteo);
Parque Estadual do Pau Furado (Araguari e Uberlândia);
Parque Estadual do Biribiri (Diamantina);
Parque Estadual Serra do Brigadeiro (Araponga, Divino, Ervália, Fervedouro, Miradouro, Muriaé, Pedra Bonita, Sericita);
Parque Estadual Nova Baden (Lambari);
Parque Estadual da Baleia (Belo Horizonte);
Parque Estadual Serra do Papagaio (Alagoa, Aiuruoca, Baependi, Itamonte, Pouso Alto);
Parque Estadual de Grão Mogol (Grão Mogol);
Parque Estadual Serra Nova e Talhado (Rio Pardo de Minas, Serranópolis de Minas, Mato Verde, Porteirinha, Riacho dos Machados);
Monumento Natural Estadual Serra da Piedade (Caeté);
Parque Estadual Serra Verde (Belo Horizonte);
Parque Estadual do Ibitipoca (Lima Duarte) – recursos próprios.