Os Ministérios de Desenvolvimento Social e da Igualdade Racial atenderam reivindicação da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams) e entregaram na última sexta-feira, 50 mil cestas básicas no polo de distribuição de Januária, criado em parceria da entidade com a Prefeitura daquela cidade. As cestas começaram a ser distribuídas aos quilombolas da região. O presidente da Amams e prefeito de Padre Carvalho, José Nilson Bispo de Sá, o Nilsinho, afirma que ainda esta semana chegarão mais cestas, para os polos de Montes Claros, Janaúba e Salinas, tanto para os quilombolas quanto para as demais famílias atingidas diretamente pela seca, que perderam a agricultura de subsistência.
Desde o início de junho a Amams tem cobrado com insistência do governo estadual e federal ações práticas e imediatas de socorre às vítimas da maior seca do Norte de Minas. No dia 22 de dezembro, em reunião na sede da entidade, com a presença de representantes dos ministérios e do governo estadual foi anunciado o maior pacote de ações para enfrentamento à seca. A Amams orientou as prefeituras sobre o decreto da situação de emergência e ainda na apresentação e elaboração do plano de trabalho para receber as cestas básicas e a ajuda da Operação Pipa, que garante o abastecimento de água para as comunidades rurais, além da renegociação e anistia das dívidas rurais.
No ofício encaminhado, a Amams solicita as cestas para comunidades tradicionais, diante dos impactos causados pela longa estiagem, que deixou este segmento em situação de vulnerabilidade social. Na sexta-feira, a carga com 50 mil cestas básicas chegou a Januária, agora a Amams espera que outras medidas sejam implantadas, como o Cartão Pipa, que repassará R$ 18 mil por mês para as prefeituras contratarem os caminhões pipas diretamente. Aliado a isto está sendo disponibilizado o milho com o preço diferenciado para os produtores rurais alimentarem o gado. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) disponibilizou 400 toneladas do produto para o Norte de Minas, em função da falta de alimento, que tem provocado a morte de animais na região, aumentando os prejuízos dos agricultores.
MEDIDA PROVISÓRIA – O Governo Federal editou no último dia 29, a Medida Provisória que abre crédito extraordinário ao Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, de R$ 314 milhões para combater os efeitos da seca no Nordeste brasileiro e no Norte de Minas, através de ações concretas para amenizar a crítica situação de milhares de famílias da região. A expectativa da Amams, agora, é de que as ações sejam colocadas em prática de imediato, para amenizar o quadro de dificuldades, uma vez que a MP tem força de lei. Contudo, ela tem que ser analisada e votada pelo Congresso Nacional no prazo de três meses. Se isso não ocorrer neste período, a MP perde seus efeitos. Ela, inclusive, já foi enviada ao Congresso pelo governo Lula, do PT.