Num clima de confiança de que novas perspectivas se abrem para a melhoria dos serviços de saúde, com benefícios diretos para o atendimento de demandas da população, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) concluiu, nessas quinta (9/5) e sexta-feira, em Montes Claros e Janaúba, a nona e última oficina do Projeto Saúde em Rede. Com abordagem a atendimento de pacientes com hipertensão e diabetes, a etapa concluiu a terceira onda de formação de tutores de 27 municípios das microrregiões de Janaúba/Monte Azul, Montes Claros, Bocaiúva e Francisco Sá.
O Projeto começou em 2019 no Vale do Jequitinhonha e focou na formação de tutores que estão atuando junto com os municípios na estruturação das redes de atenção à saúde, visando transformar o atual modelo hierárquico que tem os hospitais como centros dos atendimentos, para dar lugar à gestão integrativa da saúde. Nesse novo modelo, os serviços de atenção primária e especializada dos municípios passarão a ser os ordenadores dos cuidados em saúde.
O Projeto é coordenado pela Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG) com a participação da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais (ESP-MG). Nesta terceira onda do Saúde em Rede, 27 municípios da área de atuação da SRS de Montes Claros receberam R$ 4,3 milhões para a implementação do projeto. Outros R$ 2,4 milhões foram repassados para 15 localidades jurisdicionadas à Gerência Regional de Saúde de Januária.
“O maior aprendizado do Projeto foi o estímulo da educação permanente; a reflexão do próprio trabalho; a forma de organização quanto à equipe e sobre as nossas capacidades de superar limitações”, relata a enfermeira Dinéia Souza, integrante da Estratégia de Saúde da Família (ESF) de Botumirim.
Referência técnica da Coordenadoria de Redes de Atenção à Saúde da SRS de Montes Claros, Denise Silveira observa que “visando enfrentar alguns dos desafios do Sistema Único de Saúde (SUS) que são, entre outros, fortalecer a comunicação entre os pontos de atenção da rede e entre os profissionais dos serviços, bem como fortalecer o cuidado ao pré-natal na prevenção de complicações evitáveis, é possível perceber que os municípios se encontram sensibilizados quanto à necessidade de melhorias, buscando organizar os processos de trabalho por meio dos protocolos clínicos e mais comprometidos com a organização dos serviços”.
Diretora de atenção primária à saúde de Janaúba, Fernanda Costa Rodrigues relata que “o Projeto Saúde em Rede veio corroborar com os esforços da atual gestão do Centro Estadual de Atenção Especializada (CEAE) na reorganização de todos os processos, principalmente na reconstrução das agendas e, consequentemente, na garantia da implementação da linha de cuidados na sua integralidade”, destaca.
“A reorganização dos serviços também proporciona aos pacientes mais tranquilidade e segurança para seu acompanhamento por uma equipe comprometida e atualizada, além de fortalecer o vínculo da atenção primária com o CEAE através do resgate da comunicação direta e abertura de novos canais de diálogo entre as equipes”, ressalta.
Fernanda Rodrigues completa dizendo que “a evolução dos trabalhos em rede já é sentida por todos, desde a oferta das vagas; melhoria na logística de transporte de pacientes; a programação pós consulta dos exames e retornos e, por fim, a comunicação do paciente e atenção primária quanto aos serviços disponibilizados e agendados de maneira mais ágil e assertiva. Diante de todos os avanços alcançados em pouco tempo, estamos otimistas e vislumbramos muitas melhorias com a implantação de novas tecnologias e aplicação das metodologias aprendidas no Projeto”, conclui a diretora.
Tendo atuado como analista regional do Saúde em Rede na microrregião de Janaúba/Monte Azul, Patrícia Lima Magalhães revela ter vivenciado uma experiência “muito gratificante, além de poder acompanhar o engajamento dos municípios em busca da organização dos processos de trabalho de atenção primária e especializada à saúde. Observei que a relação entre as equipes de APS e CEAE se fortaleceu e que a implantação dos micro e macro processos vem se expandindo nas diversas equipes é motivo de grande alegria e boas expectativas de um SUS mais forte na região”, comemora a analista.
Por sua vez, a também referência técnica da Coordenadoria de Redes de Atenção à Saúde da SRS de Montes Claros, Graciele Fernandes Silva avalia que “o projeto Saúde em Rede encerra as oficinas de formação de tutores com várias melhorias já alcançadas nos processos de trabalho da atenção primária dos municípios participantes da terceira onda, além de importantes avanços na relação desses municípios com a atenção especializada. Percebemos que o propósito do projeto vem sendo alcançado com as melhores perspectivas possíveis para melhoria dos serviços e atendimento das demandas da população”.
Corroborando a opinião das colegas, a referência técnica da SRS, Marta Raquel Mendes entende que “ao atingir a totalidade dos municípios do estado o Projeto Saúde traz perspectivas muito positivas. Primeiramente porque agora todos os municípios terão tutores preparados para expandir a qualificação para todas as equipes de saúde da atenção primária dos seus territórios. Também pelo fato de o projeto seguir um modelo de atenção às condições crônicas, propondo ações que envolvem desde o planejamento ao instigar a realização de diagnóstico e culminando na construção de planos de ações condizentes com as realidades e necessidades locais, que se apliquem tanto à parte estrutural quanto operacional. Tudo isso, na prática, tem grande potencial para um impacto positivo, com melhoria dos serviços de saúde no estado, em cada uma das equipes que vivencia o Saúde em Rede, na realidade dos profissionais e dos usuários dos serviços de saúde”.
EQUIPE
Em Montes Claros, o Projeto Saúde em Rede foi conduzido pelas referências técnicas da SES-MG, Marta Raquel Mendes Vieira, Ana Luíza Pauferro, Denise Silveira, Ludmila Ferraz, além da apoiadora da ESP-MG, Alice Werneck Massote. Em Janaúba, as oficinas tiveram a participação das referências técnicas da SES-MG, Eusane Ferreira Fonseca, Patrícia Lima Magalhães, Graciele Helena Fernandes Silva e Sarah Beatriz Silva, da Escola de Saúde Pública.