A duplicação da BR-251, que liga Montes Claros à BR-116/Rio/Bahia, essencial para a segurança de quem transita pela rodovia, vai demorar mais tempo do que se imaginava, porque depende da elaboração de novo projeto, já que o antigo não atende mais às necessidades atuais, em função de estudos de impacto ambiental das obras. Foi o que informou o coordenador regional do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit), Sócrates Wendel Borges e o engenheiro Delmer Castelane Carvalho, em reunião na tarde dessa terça-feira com o presidente do Conselho de Veneráveis do Norte de Minas (Convenorte), Dalton Oliveira, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Regional Norte, Adauto Marques, o secretário-executivo da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), Filipe Leal. O próximo passo da retomada da mobilização é se reunir com o Dnit, em Brasília, para discutir a questão e oficializar a reivindicação e até recorrer ao Ministério dos Transportes, se houver necessidade, para tentar acelerar o processo.
Responsável pela retomada da articulação, o presidente do Convenorte disse que a reunião com o Dnit em Montes Claros foi importante e o primeiro passo para a sequência do trabalho, e se teve a informação do coordenador Sócrates Borges, de que não há projeto tramitando no órgão para a duplicação da rodovia, uma vez que o antigo não tem mais validade. Desta forma, é preciso começar tudo do zero, com a realização de estudo de impacto ambiental, devido à nova legislação que entrou em vigor em 215, para se conhecer o impacto ambiental das intervenções. “E ainda não tem sequer pedido de estudo de impacto ambiental, que segundo ele, seria o primeiro passo para a elaboração de projeto da duplicação da BR-251”, afirmou Dalton Oliveira. O secretário do Convenorte, Lincon Wagner também reforçou a necessidade de união de esforços para a execução das obras e dar mais segurança a milhares de pessoas que transitam pela rodovia no cotidiano.
Segundo Dalton Oliveira, de posse das informações, as entidades vão tentar marcar audiência no Dnit, em Brasília, para debater sobre a necessidade de duplicar a BR-251, cuja estrutura não suporta mais o intenso tráfego, sobretudo de veículos pesados, o que tem causado sucessivos acidentes, e levou a população a apelidá-la de “Rodovia da Morte”. Para a reunião na Capital Federal, as entidades devem contar com a participação do presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, a pedido do presidente da Fiemg Norte, Adauto Marques. Se houver necessidade, o presidente do Convenorte admite recorrer ao Ministério dos Transportes, com o objetivo de tentar acelerar o processo para a duplicação da estrada. “Estamos tratando de vidas, o nosso maior bem jurídico. O governo federal precisa se sensibilizar com a situação e nos atender em menos intervalo de tempo”, reforçou o representante dos veneráveis das lojas maçônicas do Norte de Minas.
REFORÇO – O Convenorte, de acordo com seu presidente, pretende mobilizar demais entidades de classe para participar do movimento, já que a duplicação é uma necessidade há tempos, em função de Montes Claros ser o segundo entroncamento rodoviário do país, com o trânsito de veículos cada vez maior e o risco de crescimento dos acidentes graves. Lembrou que as mortes nos últimos dois anos aumentaram, de acordo com levantamento da Polícia Rodoviária Federal, com prejuízos com vidas humanas, além dos prejuízos econômicos. “O solo do Norte de Minas já está encharcado com o sangue das milhares de vítimas de acidentes graves na BR-251”, lamentou.
“Vamos lutar para que a rodovia seja duplicada”, garante o presidente do Convenorte ao criticar a falta de interesse e de vontade política do poder pública em atender às legítimas demandas da região. “O pessoal fala que não tem verba. Não tem verba para o Norte de Minas que sempre foi segregado do resto do Estado. Para o Sul de Minas tem, para o Triângulo tem, para a Zona da Mata tem, para Belo Horizonte tem, mas para o Norte de Minas nunca tem. Mas vamos pleitear e fazer ouvir a voz do povo norte-mineiro”, concluiu Dalton Oliveira.