Agna Menezes lembra que a febre maculosa é uma doença febril aguda, de gravidade variável, que pode cursar com formas leves e atípicas, até situações graves com elevada taxa de letalidade.
Os principais sintomas são: febre; dor de cabeça intensa; náuseas e vômitos; diarreia; dor abdominal; dor muscular constante; inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés; gangrena nos dedos e orelhas; paralisia dos membros que inicia nas pernas e vai subindo até os pulmões causando parada cardiorrespiratória.
Os cavalos, canídeos (cães, lobos, chacais, coiotes e raposas), roedores como a capivara e marsupiais, como gambá, têm importante participação no ciclo de transmissão da febre maculosa. Eles podem atuar como amplificadores de riquétsias e/ou transportadores de carrapatos potencialmente infectados.
Em Minas Gerais, os principais vetores e reservatórios da febre maculosa são os carrapatos do gênero Amblyomma, também conhecidos como “carrapato estrela”, “carrapato de cavalo” ou “rodoleiro”. Já o agente etiológico mais frequente é a bactéria Rickettsia rickettsii, responsável por produzir os casos mais graves da doença.
O tratamento é realizado com antimicrobianos e deve ser iniciado de forma precoce, nas fases iniciais da doença, como forma de evitar complicações e óbitos. Se não tratado, o paciente pode evoluir para um estágio de apatia e confusão mental, com frequentes alterações psicomotoras, chegando ao coma profundo.
PREVENÇÃO
Entre as medidas preventivas recomendadas à população pelo Cievs estão: uso de roupas claras para ajudar na identificação de carrapatos; uso de calças, botas e blusas com mangas compridas ao caminhar em áreas arborizadas e gramadas; evitar andar em locais com grama ou vegetação alta; uso de repelentes contra carrapatos; verificar se pessoas e animais de estimação não estão com carrapatos; remover carrapatos em pessoas com uso de pinça, evitando apertá-los ou esmagá-los.
Já os municípios devem intensificar o manejo ambiental, independente da confirmação da circulação da bactéria Rickettsia, a serem adotadas prioritariamente para o controle de carrapatos em todas as áreas infestadas; realizar vigilância dos vetores, enviando amostras para a realização de análises no laboratório da Funed; e notificar os casos suspeitos em até 24 horas e investigá-los.