País de clima tropical, o Brasil convive praticamente o ano inteiro com altas temperaturas e intensa radiação solar, especialmente no verão e Norte de Minas com forte calor. Embora o sol seja fundamental para a saúde – por estimular a produção de vitamina D, essencial para ossos e sistema imunológico -, a exposição excessiva e sem proteção pode causar sérios danos à pele, incluindo o câncer. Por isso, é fundamental equilibrar a necessidade de sol com medidas de prevenção, evitando danos cumulativos que se manifestam ao longo dos anos.
Dezembro é tradicional- mente dedicado à conscientização sobre o câncer de pele e reforça um alerta essencial: a importância da foto proteção e do diagnóstico precoce. O câncer de pele é o mais frequente no Brasil e se divide, principalmente, em dois grupos: os não melanomas, como o carcinoma baso celular e o carcinoma de células escamosas, e o mela- noma cutâneo, menos comum, porém mais agressivo e de evolução rápida. Cada tipo apresenta características diferentes, mas todos exigem atenção especial quanto ao surgimento de lesões na pele.
Radiação solar como fator de risco: O dermatologista Edgar Rocha de Oliveira explica que a alta incidência está relacionada a uma combinação de fatores. “Os raios solares são responsáveis por quase todos os cânceres de pele, e o Brasil apresenta radiação solar eleva- da durante todo o ano. Soma- -se a isso um hábito cultural de exposição prolongada ao sol, seja por lazer, trabalho ou prática esportiva. Décadas atrás, era comum buscar o bronzeado intencionalmente, muitas vezes até causar queimaduras, sem qualquer preocupação com o uso de protetor solar. Os efeitos dessa exposição excessiva aparecem muitos anos depois”, destaca.
A principal causa do câncer de pele é a exposição acumulada à radiação ultravioleta (UV) ao longo da vida. O médico alerta que muitas pessoas ignoram sinais importantes por não sentirem dor ou desconforto imediato. Por isso, é fundamental observar lesões que mudam de cor, crescem progressivamente, sangram com facilidade ou não cicatrizam, pois podem indicar alterações malignas. Pequenas manchas, pintas irregulares ou feridas que persistem por mais de quatro se- manas devem ser avaliadas por um dermatologista.
Foto proteção como prevenção: A proteção deve ser completa e constante. O uso diário de protetor solar é indispensável, mas não suficiente isoladamente. Entre as principais recomendações estão: aplicar protetor solar diariamente, com FPS acima de 50 para peles claras e acima de 30 para peles morenas, reaplicando a cada três horas em caso de exposição contínua; evitar o sol entre 10h e 16h; utilizar roupas com proteção UV, chapéus e óculos escuros; realizar o autoexame da pele regularmente; e consultar um dermatologista ao menos uma vez por ano para avaliação preventiva. Além disso, é importante educar crianças e adolescentes sobre os riscos da radiação solar desde cedo, criando hábitos saudáveis que durem por toda a vida.
A prevenção é sempre o melhor caminho. Quando o câncer de pele é identificado precocemente, as chances de cura são extremamente altas. A conscientização, aliada ao cuidado diário, permite que as pessoas aproveitem os benefícios do sol sem colocar a saúde em risco. Campanhas como o Dezembro Laranja reforçam a importância do conhecimento, do diagnóstico precoce e da adoção de medidas simples que podem salvar vidas.
