A coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes explica que a leishmaniose é uma doença infecciosa grave, sistêmica e que pode causar a morte de pessoas se não for tratada. A doença é transmitida por mosquitos conhecidos como palha, tatuquiras, birigui, entre outros.
No meio rural os reservatórios silvestres da leishmaniose tegumentar são roedores, gambás, tatus, tamanduá e bicho preguiça. Já no meio urbano os animais domésticos (cães e gatos), assim como as pessoas, são hospedeiros acidentais.
A leishmaniose tegumentar se manifesta por meio do surgimento de úlceras ovaladas na pele; borda emoldurada; fundo granuloso e avermelhado. As feridas normalmente são indolores. Os principais sintomas são: febre de longa duração; aumento do fígado e baço; perda de peso; fraqueza; redução da força muscular e anemia.
Para realização de exames, os pacientes residentes em Montes Claros são encaminhados para o Serviço Ambulatorial Especializado, sediado na Praça da Tecnologia, 77, Bairro São João. No local é feita a coleta do exame direto (raspado da lesão) ou PCR. Nas demais localidades esse procedimento é de responsabilidade das secretarias municipais de Saúde. As amostras também podem ser encaminhadas para análise no Laboratório Macrorregional da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG), sediado em Montes Claros.
VISCERAL
Já a leishmaniose visceral, também chamada de calazar, é uma doença crônica e não contagiosa, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma das seis endemias prioritárias do mundo, devido a sua alta morbidade e significativa letalidade quando não tratada. É uma doença grave, sendo as crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas as que têm maior risco.
O cão doméstico é considerado o principal reservatório da doença. Porém ela não é transmitida do animal para o homem, mas por meio da picada do mosquito-palha. Os principais sintomas da leishmaniose visceral são febre irregular de longa duração (mais de 7 dias), falta de apetite, emagrecimento, fraqueza, aumento do abdômen, anemia e sangramentos (fase mais avançada da doença).
PREVENÇÃO
As principais medidas de prevenção à leishmaniose visceral e à leishmaniose tegumentar estão relacionadas ao manejo ambiental para combate ao mosquito-palha, aos cuidados individuais e também com os cães para evitar que se contaminem, tornando-se reservatórios do protozoário causador da LV: use repelentes e evite exposição nos horários de atividades do vetor (ao amanhecer, ao entardecer e à noite) em ambientes onde possa ser encontrado; mantenha o quintal limpo recolhendo folhas, fezes de animais e restos de alimento; embale o lixo corretamente e dê destinação certa a ele; faça a poda periódica de árvores e arbustos; vede bem as composteiras; utilize tela de malha fina nas portas e janelas; cuidar corretamente do seu cão, impedindo que ele fique solto nas ruas; utilize coleiras impregnadas com inseticidas para repelir o mosquito-palha; instale tela de malha final no canil; leve seu cão regularmente ao médico veterinário.