A Câmara Municipal realizou audiência pública, nessa segunda- -feira, em que discutiu sobre “Direitos e a dignidade da população em situação de rua”. O evento proposto pela vereadora Iara Pimentel, do PT, contou com a participação de autoridades políticas, líderes religiosos, representantes de pastorais, instituições, movimentos sociais, ONG’s e a população.
Iara Pimentel destacou a importância da união de esforços entre o poder público e as organizações sociais em busca de soluções para os problemas que afligem a população em situação de rua. “É preciso união para que as pessoas em situação de rua não morram de fome, não morram de frio, não morram nas ruas. A responsabilidade dos problemas sociais da nossa cidade tem que ser assumida pelo poder público, por esta Câmara, pela Prefeitura e pela Secretaria de Desenvolvimento Social. Vemos que falta vontade política e repugnamos o abandono das instituições sociais que estão sem recursos para dar continuidade ao trabalho realizado”, afirmou a vereadora.
O arcebispo da Arquidiocese de Montes Claros, Dom José Carlos de Souza Campos, falou sobre a necessidade da parceria do poder público com as igrejas, pastorais sociais, organismos sociais e ONGs, para retirar as pessoas em situação de rua da invisibilidade. “Enquanto igreja estamos fazendo nossa parte. Não estamos de braços cruzados, não podemos fazer de conta que essas pessoas em situação de rua não existem. Precisamos retirá-los da invisibilidade e não eliminá-los. Em parceria com o poder público podemos encontrar caminhos para resolver os problemas e não cairmos em uma tragédia de achar que os nossos irmãos podem ser eliminados ou enviados para outros locais. Temos que caminhar em sentido à vida, à dignidade e aos direitos de nossos irmãos”, ressaltou Dom José Carlos.
Presidente e fundador da Associação Casa de Acolhimento Amor e Vida, pastor Josmar Xavier dos Santos, também pontou a necessidade da parceria e comprometimento do poder público com a causa. “As pessoas em situação de rua não podem ser desconsideradas como irmãos que precisam de cuidados do poder público e da sociedade. Precisamos do comprometimento do poder público para desenvolver um melhor trabalho de desenvolvimento social. Não adianta obras, se não cuidarmos das pessoas que vivem na cidade, independente de quem seja. A vida deve ser cuidada e preservada”, declarou o pastor.
A 1ª vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputada Leninha, do PT, frisou que o debate não é ideológico, nem partidário, mas sim de defesa dos direitos e à vida. “A população em situação de rua cresceu muito com a pandemia da Covid-19. Medidas urgentes devem ser tomadas para cuidar dessas vidas e dos seus direitos, para que não sejam invisibilizadas. Montes Claros precisa encontrar um caminho, discutir um orçamento potente para o desenvolvimento social e cuidar dessas pessoas, para que elas tenham um teto, um lar, qualificação e formação profissional, além de oportunidade de empregos”, concluiu a parlamentar.
O avanço das políticas públicas e ações do município em prol da população de rua foi apontado pela diretora de Assistência Social da Secretaria Municipal de Assistência Social, Kênia Medeiros. “Sabemos que ainda existem muitos problemas, gargalos a serem enfrentados, mas temos avançado, temos buscado discutir e progredir. Hoje temos várias ações e serviços à disposição da população em situação de rua e estamos buscando melhorar e avançar muito mais”, disse Kênia.