Em seu primeiro ano coordenando a prevenção e combate a incêndios florestais nas 95 Unidades de Conservação, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), mapeou as áreas de preservação que mais sofrem com os incêndios e vai montar, no mês de julho, bases operacionais para otimizar o atendimento e conter os danos ao ecossistema e espécies endêmicas. Além da presença constante de bombeiros militares e brigadistas, a corporação contará com o aporte do Governo do Estado de R$ 5 milhões para a contratação de aeronaves e aquisição de equipamentos.
Minas Gerais possui a quarta maior extensão territorial do país, concentrando riquezas naturais e biomas predominantes como Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica. De forma integrada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Instituto Estadual de Florestas (IEF) e Polícia Militar Ambiental, com a publicação do Decreto Estadual (48.767/2024), o CBMMG assume a coordenação operacional referente às atividades de prevenção e combate a incêndios florestais nas 95 Unidades de Conservação de Proteção Integral e Uso Sustentável do Estado de Minas Gerais, abrangendo mais de 2 milhões de hectares de área protegida.
Os incêndios florestais promovem a degradação da biodiversidade, prejuízos econômicos para o turismo e produtores rurais, problemas para a saúde humana, riscos de acidentes em rodovias e emissão de carbono para a atmosfera. Além disso, podem provocar problemas de abastecimento de água, conforme explica o tenente Leonan Soares.
“A importância do esforço em preservar as Unidades de Conservação gera benefícios para toda a população. A proteção dos cursos d’água, da flora e a manutenção da fauna, contribui para a dispersão das sementes e o reflorestamento das nascentes, garantindo o abastecimento de água nas cidades. Neste sentido, a instalação das bases poderá intensificar o atendimento, que contará também com a dedicação diária de mais de 100 bombeiros, mais aeronaves e equipamentos”, comentou o oficial, que integra a Coordenadoria de Meio Ambiente da corporação.
Diante de tão grande desafio, nestes primeiros meses, o CBMMG estruturou o Sistema de Meio Ambiente, que disciplina o emprego de recursos humanos e logísticos de forma a promover a distribuição adequada nas regiões de maior demanda no período crítico. Em termos práticos, militares com grande experiência e especializados no combate a incêndios florestais assumiram a missão de criar diretrizes para prevenção e combate a incêndios florestais, elaborar planos, coordenar e executar as atividades operacionais.
MEDIDAS DE ESFORÇO – O CBMMG elaborou um Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais com medidas de implementação de reforços operacionais, tanto aéreos como terrestres, utilização de ferramentas de georreferenciamento, monitoramento de focos de calor, controle de efetivo e logístico, além do estabelecimento de sala de coordenação operacional que reúne informações de todo o estado.
BASES OPERACIONAIS – Das 95 Unidades de Conservação em Minas Gerais, 76 são de proteção integral e 19 de uso sustentável. Juntas, correspondem a 4% do território mineiro, em uma área de 23.460 km2 ou 2.346.000 hectares. O grande desafio para o Corpo de Bombeiros Militar é a proteção da biodiversidade, bem como dos recursos naturais e genéticos associados.
Para ampliar os esforços, a corporação irá lançar uma Operação de Reforço nas Unidades de Conservação, a partir do mês de julho, que contará com bases operacionais do CBMMG estabelecidas nas UCs com maiores estatísticas históricas de incêndio florestal. O foco é reduzir o tempo resposta, evitando que os incêndios florestais se propaguem e consumam áreas extensas de vegetação nativa. Mais de uma centena de bombeiros estarão dispostos com logística apropriada para a realização desta operação.
Neste primeiro momento, as bases operacionais serão montadas nas seguintes unidades: Parque Estadual Serra do Cabral, em Joaquim Felício, região centro-norte do estado; APA Cochá e Gibão, em Bonito de Minas, região Norte; Apae Alto do Mucuri, em Teófilo Otoni, no Nordeste, e Parque Estadual Serra do Rola Moça, na região central de Minas.
TECNOLOGIAS – Entre as tecnologias empregadas, está o projeto de aquisição de internet via satélite e estações meteorológicas portáteis para facilitar as análises e acompanhamentos, além dos instrumentos que já são utilizados como a Sala de Coordenação Operacional do CICC; monitoramento via satélite e software para gerenciamento.
EFETIVO – O reforço operacional contará com o emprego de bombeiros que terão concluído o Curso de Formação de Soldados (CFSd), sob a orientação de militares especializados em prevenção a incêndios florestais. A equipe será constituída por 115 bombeiros militares, distribuídos em todas as 17 unidades operacionais do estado, com empenho in loco nas Unidades de Conservação com maior registro anual de área queimada.
Dentre as atividades de coordenação e controle assumidas pela corporação, inclui-se também a gestão dos brigadistas. Neste ano, inicialmente, está sendo realizada a contratação e treinamento de 280 brigadistas florestais. Somando-se a estes, haverá o incremento de 90 brigadistas pela compensação minerária, dispondo ainda de todo o efetivo de bombeiros do CBMMG, que estará em condições para atuar na prevenção e combate aos incêndios.