O povo mineiro volta às ruas contra o projeto do governador Romeu Zema (Novo) de entregar o patrimônio público às mãos do setor privado. Neste sábado (1º/11), às 9 horas, um grande ato estadual será realizado na Praça Raul Soares, em Belo Horizonte, com participação da CUT-Minas, de dezenas de sindicatos e movimentos populares. Haverá manifestações também em Montes Claros, Juiz de Fora e Uberlândia.
De acordo com os organizadores, a mobilização é contra a PEC 24, que retira da Constituição mineira o referendo popular, o direito do povo decidir sobre a privatização das empresas públicas. Se aprovada em segundo turno na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a proposta abrirá caminho para a venda da Copasa, depois a Gasmig, a Cemig, enfim, todas as empresas públicas do Estado.
Desde julho, o Sindieletro e o Sindágua vêm promovendo uma grande campanha em defesa do serviço público e contra as privatizações das estatais. Foram realizados seminários, audiências públicas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nas Câmaras municipais de várias cidades, atos e mobilizações nas ruas e espaços de diálogo com a população, inclusive em praças e feiras populares.
Além disso, os sindicatos têm investido em campanhas e ações nas redes sociais, ocupando o debate público e mostrando o que o governo deveria estar fazendo: garantir investimento, geração de empregos e valorização dos servidores públicos, em vez de favorecer empresários com isenções fiscais que somam mais de R$ 25 bilhões por ano, além de aumentar o próprio salário em 300%.
Coordenador-geral do Sindieletro-MG, Emerson Andrada afirma que o movimento sindical está unido para impedir o retrocesso. “Essa luta é de todos os mineiros e mineiras. Privatizar a Cemig e a Copasa significa aumentar tarifas, piorar o atendimento e destruir o serviço público. Nós não aceitaremos que vendam o que é do povo. Minas precisa de investimento, e não de entrega do seu patrimônio”, destaca Emerson.
Presidente do Sindágua- -MG, Eduardo Pereira reforça que os trabalhadores estão mobilizados e em greve, a partir do dia 4, contra o projeto. “Os trabalhadores da Copasa estão firmes na luta. Não é só uma defesa dos nossos empregos, a greve é a defesa da água como direito, e não como mercadoria. Vamos seguir nas ruas até derrotar essa PEC e barrar qualquer tentativa de privatização”, afirmou.
Presidente da CUT-MG Jairo Nogueira reforça o chamado à unidade dos trabalhadores. “Estamos convocando todos os sindicatos, servidores, estudantes e movimentos sociais a participar. Essa luta não é só de uma categoria, é do povo mineiro. Teremos manifestações também em cidades co m o J u i z d e F o r a , M o n t e s C l a r o s e Uberlândia, com a particip a ç ã o d o s s i n d i c a t o s d o s b a n c á r i o s , m e t a l ú r g i c o s , p e t r o l e i r o s e p r o f e s s o r e s , a l é m d e m o v i m e n t o s c o m o MST, Levante da Juventu – de e Movimento Brasil Po – p u l a r. Va m o s m o s t r a r q u e M i n a s n ã o e s t á à v e n d a ” , finaliza.